Por mais que escreva, nunca atinjo um destino (Haruki Murakami)

Relendo “Do que eu falo quando eu falo de corrida” do mestre Murakami me deparei com este trecho:

“Como suspeito que seja o caso com muita gente que vive da escrita, enquanto escrevo penso em todo tipo de coisa.

Não necessariamente ponho no papel o que estou pensando; é só que, enquanto escrevo, penso sobre as coisas.

Enquanto escrevo, ordeno meus pensamentos. E reescrever e revisar conduz meus pensamentos por caminhos ainda mais profundos. Por mais que escreva, contudo, nunca chego a uma conclusão.

E por mais que eu reescreva, nunca atinjo um destino.”

E é bem por aí. Para mim escrever é como andar pra frente, como respirar, como acordar. Inevitável, interminável, eterno. 🏔

Ideias entendidas valem mais que número de livros

Li um tweet antigo do Naval Ravikant:

Isso me fez pensar sobre a galera que bota meta de número de livros lidos ao fim de um período.

Nada contra, melhor que passar dias, semanas, meses no Instagram. Mas não tenho certeza da efetividade desta ação.

Estou longe de achar que li todos os livros que me bastam para conhecer mais meu universo, o mercado, a carreira e a vida. Quero ler muito e até meu último dia de vida, se Deus permitir.

Mas existem certos livros que fazem tanto sentido, mas tanto, que não poderiam ficar na parte “baixa” da Taxonomia de Bloom (lembrar; compreender…) mas sim na parte “alta” (analisar, avaliar, criar…):

A maneira que eu resolvo isso é usando Kindle para todos os livros possíveis + destacando melhores trechos + postando neste Blog + relendo constantemente.

Para mim é a única maneira de internalizar estas ideias. Caso contrário, 1 ano depois da leitura o máximo que eu conseguiria falar seria: “Este livro é sensacional” -> por que, Lui? -> “Hm, não sei exatamente”.

Portanto concordo com Naval: ao invés de se perguntar “quais livros devo ler?”, se pergunte “quais ideias devo entender (e analisar, avaliar, criar!)”. 🏔

Minha estratégia de conteúdo 2025

Estava revendo como foi meu ano de conteúdos em 2024.

Como muitos sabem, sou “creator” por hobbie. Tirando 2023 que prestei consultoria full time, todo o resto dos anos o fiz porque preciso fazer, pois é parte de mim – sempre caminhando junto com a vida CLT.

Se escrevo, aprendo; se produzo conteúdo, me coloco como referência. E assim nasceram este Blog; Podcast; Livro; Newsletter e por aí vai.

Pois bem, em 24 aprendi:

  • Meu principal canal é Publicação do Linkedin: consigo ter um alcance muito grande comparado a outros. Fiz poucos posts aqui e senti que foi alocação de tempo no lugar errado
    • Podcast de Entrevistas foi muito legal: não me arrependi, e os conteúdos serão usados por anos e anos e estão sendo transformados em ebook – mas não continuarei em 25. Vou voltar ao bom e velho “pergunte ao Lui” solo, especialmente por falta de tempo
    • A minha Newsletter na Substack performou bem pior que achava. É muito bom solidificar ideias mais profundas por lá, mas me pergunto se tivesse gastado a mesma energia em publicações no Linkedin, o quanto isso teria gerado. Vou continuar a news, mas dando menos energia
    • Este Blog foi muito alimentado, pois cada ideia que tenho-ouço-consumo está aqui registrada. Foram dezenas de mini-posts. Amo este Blog, apesar de não divulgar nunca.

Fato é: li o post “Ilhas de Conteúdo” do Victor Wendt e resolvi fazer o mesmo exercício visando 2025. Concluí que meus conteúdos tem 6 pilares:

1.Operação CS2.Tática e Estratégia CS3.CS e outros setores4.Processos seletivos5.Startups/Tech em geral6.Carreira em CS
calls; momentos com clientes; cliente “no palco”jornada; métricas; metas; OKRs; onboarding; ongoing; CS OPS; ferramentasrelação CS + vendas; financeiro; mkt; produtocomo se destacar para vagas de CSnovidades; olhar macro; mercado; AIreflexão sobre minhas escolhas; carreira; caminhos da carreira em CS

E penso que todos os 6 pilares podem se encaixar em 3 diferentes tipos de conteúdo:

1.EDUCAR: ensinar o público sobre algo; bater o martelo sobre algum tema específico; se portar como professor do que é ou não é via repertório e experiências.

>de preferência SEG-QUA

2.QUESTIONAR: deixar a bola quicando para interações nos comentários; terminar publicação com perguntas como: “o que acha?” ou “qual sua opinião sobre?”.

>de preferência SEG-QUA

3.INSPIRAR: trazer reflexões mais profundas, oriundas de outros autores-founders-pensadores e afins, desde que tenham relação com os 6 pilares

>de preferência QUI-SEX

Foi um exercício interessante para começar 25 entendendo melhor a persona que devo ser – especialmente para a teoria de voltar mais o tempo para Publicações no Linkedin. 🏔

Se você concorda, é porque não te desafiei

Li no início de um ensaio:

“Se você concorda com tudo neste ensaio, não o desafiei o suficiente”

Gostei muito disto.

No fim do meu livro, “Estruturando Customer Success” finalizo com algo parecido – mas me faltou esta simples frase que resumiu bem.

Se uma pessoa tiver senso crítico o suficiente para discordar, duvidar, refutar – eu ganhei meu dia.

Essas são as pessoas que voltam para suas vidas, empresas, desafios e fazem a diferença no mundo, ao contrário das “vaquinhas de presépio” que apenas aceitam e dizem amém a tudo.

Discorde, mas discorde com propósito!

Sobre dizer: “E daí?” para números inúteis

Ouvi um bom Podcast do Abreu com Rodrigo Fernandes e André Gouvinhas.

Rodrigo, já citado inúmeras vezes fez uma ótima provocação que trago aqui:

“Em nossas empresas temos diversas métricas, indicadores, números…

Mas e daí? O que isto está dizendo?

Se não temos uma história para contar sobre esta métrica, elas podem se tornar inúteis.

No início dos anos 2000 víamos muita coisa sobre BI. Abríamos a tela, dezenas de indicadores, e qual ponteiro estavam movendo? Se não tivermos uma pessoa para falar: “E daí?”, não adianta.

Em resumo, temos que traduzir NÚMEROS -> em ESTRATÉGIA”.