Como escolher a melhor ferramenta de IA (Inteligência Artificial)?

Fiquei pensando recentemente:

Se vamos escolher uma ferramenta de IA para nosso time de Customer Success, em um mundo onde dezenas delas são lançadas diariamente (leia Product Hunt) – o que devemos avaliar? O que devemos questionar e perguntar ao entrar numa call? 

Penso em 7 perguntas:

1. Qual o tamanho do time?

Isso é um side project ou um full-time project para as pessoas envolvidas? Quem são os founders e quem é a pessoa especialista em AI?

Temos muitos projetos que são MicroSaaS ou atividades em paralelo que otimizam possuir funcionários de N maneiras. Quando o bicho pegar, vão ter braço para ajudar? ps: checar no Linkedin pode dar pistas.

2. Existem cases que comprovam ROI?

Ex: uma empresa que usa há X meses ou anos e conseguiu melhorar de forma sólida seus resultados. Podemos conversar com essa pessoa e entender?

Sem um case claro, pareceria mais uma aventura de algo que querem cobaias para testar pela primeira vez. ps: checar no Site pode dar pistas.

3. Quais os dados de acurácia e afins que chegam hoje? Qual a visão de futuro?

Eles já têm benchmarks de qualidade ou estamos apostando em promessas?

A IA não precisa ser perfeita, mas precisa ser clara sobre onde já entrega valor e onde ainda está aprendendo.

4. Qual o nível de integração com nossas ferramentas atuais?

Consegue se integrar com nosso CRM (ex: HubSpot), ferramenta de dados (ex: CustomerX), plataformas de comunicação (ex: Slack, e-mail)?

A IA sem contexto vira ruído — precisamos garantir que ela “enxergue” o ambiente. ps: checar no Site pode dar pistas.

5. Quão personalizável é a IA?

Ela consegue se adaptar ao que preciamos (isso depende do objetivo, claro, mas por ex: nosso tom de voz, critérios de saúde, etapas do onboarding, tipo de cliente, etc.)?

Uma IA genérica pode parecer inteligente, mas não necessariamente será eficaz no nosso caso de uso.

6. Como é a governança dos dados e compliance

Quais dados a ferramenta acessa? Onde são armazenados? Estão em conformidade com a LGPD/GDPR?

Privacidade e segurança são inegociáveis — principalmente em ambientes com dados sensíveis de clientes.

7. Qual o plano de pricing e modelo de cobrança?

Hoje temos “Pricings democráticos”, por ex. por uso. Legal, mas se usarmos com volume signifitativo, quanto vai sair a brincadeira?

O Pricing é por usuário? Por consumo? Tem escalonamento justo para nossa operação?

Às vezes o trial é ótimo, mas a conta não fecha no mês seguinte. ps: checar no Site pode dar pistas.

Vamos testar por aqui e vou alterando esse post a medida que conseguimos tomar melhores decisões para escolha de uma ferramenta com ROI em IA.

Até! 🏔

Perguntas para Processo Seletivo em Customer Success (remoto)

Percebi que se não estruturo perguntas para uma entrevista de Processo Seletivo, o “freestyle” toma conta e o processo é mais facilmente burlável.

E já que não tenho tempo nem dinheiro para errar em Processos, resolvi criar este post para servir como base – e quem sabe mandar para Líderes de Customer Success ao longo do caminho.

Perguntei para pessoas de confiança, como faziam, o que erravam, o que acertavam e peguei carona nessas ideias também. (obrigado a você, se deu seu pitaco!).

Foquei as perguntas na minha realidade atual: trabalho remoto.

Lembre-se, aqui não quero abraçar o mundo e considerar N fatores. Estou escrevendo isso para mim mesmo e publicando – adapte ao seu universo o que fizer mais sentido.

ENTREVISTA 1 – RH

O RH faz um screening inicial, perguntando coisas como:

  • Conte mais sobre suas experiências anteriores
  • Por que se interessou nessa vaga?
  • Por que se interessou pela nossa empresa?
  • Quais expectativas você tem dessa job?
  • Alinhamento com Cultura e Valores da empresa
  • Alinhamento sobre Remuneração, Benefícios, Localização (se preciso)

ENTREVISTA 2 – LIDERANÇA DE CUSTOMER SUCCESS

Agora é hora da liderança. Pensei em perguntas boas para este momento, com as pessoas aprovadas na Entrevista 1:

  • O que você entende que nossa empresa faz? Como explicaria em poucas palavras?
  • Por que quer sair do seu emprego atual? E o que chamou a atenção nesta job? 
  • O que você faz de melhor profissionalmente? Quais seus super-poderes?
  • Todos tem pontos fracos. O que você acha que não faz tão bem na job de CS?
  • Quais métricas você era acompanhado? Que metas tinha que entregar?
  • Quais os resultados mais te orgulham na carreira? Alguma conquista especial?
  • Você mostrava ROI para o cliente na rotina? Como?
  • Como é a rotina no seu local de trabalho (ex: sua casa)? Como você se organiza?
  • E a rotina de lazer, além-trabalho? O que você gosta de fazer?
  • Pense que você está em uma semana de [FECHAMENTO] e costuma ter distrações constantes (família, barulho, redes sociais). O que fazer?
  • Quais hacks você me daria sobre trabalho remoto que contribuem em sua produtividade que deram certo com você?
  • Vida remota tem muito menos visibilidade, menos contato e relacionamentos, menos almoços, cafés e HHs. Que tal?
  • Não somos bons em tudo. Como você trabalha com feedback de melhoria que lideranças anteriores deram para você? Cite um exemplo de como foi isso
  • Sua hora de perguntar. Que perguntas você tem para nós?
  • Fulano, esqueci de perguntar algo importante: [XXX].
  • Pode compartilhar por escrito conosco?

E o próximo passo seria outras Entrevistas com Lideranças ou diretamente um bom Case ou Role Play, que dariam ideias para outro post.

Vou testar essas perguntas e trarei feedbacks em breve. Até!

Produtividade e eficiência para 1 CSM

Perguntei para uma líder de Customer Success de uma empresa bem avançada em termos de maturidade de negócio, Produto, que domina seu mercado:

Como vocês medem produtividade e eficiência de 1 CSM (Ongoing) por aí?

E a resposta foi digna de registrar:

Parte 1 – CALL

  • Existe expectativa que o CSM seja estratégico (ex: se a empresa vende Frutas, que o CSM seja visto como um expert sobre Frutas para apoiar o cliente)
  • Um exemplo de atuação em call seria:
    • ->”Tem clientes do seu segmento, que fazem X Y Z (boas práticas)
    • ->”Qual foco de vocês para próximo trimestre? (objetivos)
    • ->”Qual estratégia querem adotar na nossa solução? (visão)
    • etc.

Parte 2 – QUALIDADE

  • Com base nisso, 1 pessoa de “Qualidade” escuta as calls desse CSM para entender:
  • ->Discovery: CSM perguntou sobre objetivos, visão, o que quer atingir?
  • ->Associou os objetivos do cliente com features de Produto?
  • ->Passou as informações corretas?
  • ->Enviou conteúdos prometidos por e-mail? 
  • ->Registrou as informações no CRM? 

Parte 3 – EFICIÊNCIA

  • Tendo feito isso, essa pessoa é metrificada de uma maneira relativamente simples em nível macro:
  • NÚMERO DE CALLS e HORAS EM CALLS
  • Além de Cobertura de Carteira; Churn; Expansão e afins
  • Se o CSM não atinge números de calls (e horas) mínimos, automaticamente entra em Yellow Flag
  • Soa para mim como o feijão com arroz bem feito – afinal, acho que a job de CSM se prova a partir do momento que faz call, cria relacionamento, explora possibilidades, etc. – caso contrário, Suporte supriria

Até! 🏔

Maioria dos founders não entende Venture Capital

De um bom tweet de Hiten Shah, Product e Growth na Dropbox:

“A maioria dos founders não entende o que é Venture Capital. Eles acham que é combustível. Acham que é validação. Acham que levantar investimento significa que “chegaram lá”.

Mas no segundo em que você aceita investimento, tudo muda.

“Mais dinheiro significa mais crescimento.”
Mais dinheiro significa mais pressão. Mais gastos. Mais decisões ruins. Crescimento vem de encaixe entre produto, mercado e distribuição — não vem do tamanho da sua conta bancária.

“Se você não levantar capital, vai perder para os concorrentes que levantarem.”
Errado. Você vai perder se não construir algo valioso. Dinheiro não cria grandes empresas. Execução cria.

“Levantar dinheiro é um marco.”
Não. É uma dívida. No momento em que você levanta, o cronômetro começa. A empresa não é mais sua. Você agora é um veículo para o retorno de outra pessoa.

“VCs são parceiros.”
Eles são gestores de fundos. Os clientes reais deles são os investidores institucionais — fundos de pensão, universidades, instituições — que entregaram dinheiro para ser multiplicado. Se você parar de parecer um retorno grande o suficiente, vira só um problema a ser resolvido.

“Um bom pitch deck garante investimento.”
Venture Capitalists não investem em decks. Eles investem em tração. Se você precisa de um deck para vender a história, é porque ainda não tem uma história.

“Valuation é tudo.”
Só se você nunca pretende lucrar. Um valuation alto é um contrato para sair com um valuation ainda mais alto. Se você não chegar lá, não sobra nada pra você.

“Levantar capital permite que você pense grande.”
Mas também tira sua liberdade de pensar pequeno. Dinheiro de VC te prende a um único caminho: crescimento explosivo ou morte. A maioria das empresas não precisa viver ou morrer por esse modelo.

“Você deve levantar quando não precisa.”
É assim que você se prende. No minuto em que você levanta, para de otimizar pela sustentabilidade. Passa a otimizar pela próxima rodada. Você entrou em outro jogo.

“Sempre dá pra levantar mais.”
Até que não dá. Até o mercado virar. Até seu crescimento desacelerar. Até você perceber — tarde demais — que seu negócio deveria ser lucrativo, não dependente de Venture Capital.

“Investidores de risco acreditam na sua visão.”
Eles acreditam em retorno. Se sua empresa parar de parecer uma oportunidade bilionária, eles vão te tirar do caminho para tentar salvar o que puderem.

“Uma boa firma de VC faz toda a diferença.”
Só se os seus fundamentos forem sólidos. Uma firma ruim destrói seu captable, te tira do cargo de CEO e mata sua empresa antes dela ter chance de dar certo.

“Sempre dá pra sair cedo.”
Não se você levantou demais. Uma saída de 50 milhões de dólares parece ótima — a menos que seus investidores estejam esperando uma de 500 milhões. De repente, o acordo que mudaria sua vida sai da mesa.

“VC é o único jeito de escalar.”
Os melhores negócios se sustentam sozinhos. Eles geram receita, reinvestem e crescem no próprio ritmo. No segundo em que você aceita dinheiro externo, esse ritmo deixa de ser seu.

A maioria dos fundadores comemora quando levanta uma rodada.
Mas o que deveriam se perguntar é: “Será que acabei de abrir mão da melhor versão da minha empresa?”

Porque depois que você pega o primeiro cheque, não existe botão de desfazer.”