Às vezes sinto que passamos de uma era:
“Ame sua carreira! Ame seu trabalho e não precisarás trabalhar 1 dia sequer!”.
Para a ideia:
“Não ame sua carreira! Seu trabalho não te amará de volta! Trabalhe pra ganhar dinheiro e ame sua família e seus amigos!”.
Eu acho que nem tudo na vida precisa ser “um lado ou outro”. A vida é bem mais complexa que isso, apesar de vivermos numa era da simplificação de tudo. Muitas vezes estou mais para o “Lado A” de uma coisa, outras tantas me vejo mudando para o “Lado B” – a vida é isso aí.
Gosto muito de uma frase de Riobaldo no “Grande Sertão Veredas” de Guimarães Rosa: “O senhor ache e não ache. Tudo é e não é …”; e também de uma parte do samba enredo da Vila Isabel de 86: “Na vida eu sou tudo e nada, lalaiá…”.
Portanto, após muito refletir, e tudo bem se eu mudar de ideia daqui a um tempo, eu concluo: não tenho vergonha nenhuma de amar minha carreira, de amar meu trabalho, de amar estar com pessoas (colegas) incríveis que conheci.
Tudo é perfeito? Nem de perto!
Tem clientes que às vezes me irritam; processos que poderiam ser muito melhores nas empresas; coisas que não consegui conquistar no tempo que gostaria; segundas-feiras chuvosas que pediriam um tempo a mais de sono – mas, cantaria Ivan Lins: “Guarde nos olhos, a água mais pura da fonte…”, e complementaria Jorge Vercilo: “A beleza está no olhar; está nos olhos de quem vê!”.
Quem faz da rotina, novidade, esse sim é um grande sábio para mim. As pessoas que mais admiro parecem amar e ser gratas desde o momento que acordam até o momento que vão dormir, seja com trabalho ou família e amigos, hobbies etc.
Afirmo: se eu trabalhasse com qualquer coisa somente por dinheiro esperando o sino bater para chegar a hora de ir embora, não seria tão feliz como sou nem no tempo fora do trabalho.
Respeito todas as opiniões! Mas se eu fosse responder a pergunta principal, seria: sim, amo minha carreira, amo meu trabalho, e isso pra mim faz total sentido mesmo que esteja na moda dizer o contrário e que isso possa parecer ideia de um “trouxa”. Acho que sou um trouxa feliz, afinal.
Gosto muito de uma frase de Casey Neistat se referindo a outra profissional: “Qual é a suprema quantificação do sucesso? Para mim, não é a quantidade de tempo que você passa fazendo o que ama. É o pouco tempo que você passa fazendo o que odeia. E essa mulher passava o dia inteiro , todos os dias , fazendo o que amava”.
E você? Tem uma opinião formada sobre isso ou não necessariamente?
Até a próxima!