Já tive muitos tipos de líderes, e aposto que você também.
O atencioso, o prestativo, o serviçal. O líder que influencia, capaz de carregar multidões. Mas também o líder indiferente, confuso, sem dom, um líder que preferiria não liderar, se tivesse como assim escolher.
Em um almoço recente com colegas da empresa, chegamos a uma simples conclusão: existem 3 tipos de líderes: o líder que te faz crescer; o líder que não te atrapalha; e o líder que te trava. A seguir pretendo me aprofundar em cada um dos tipos.
1-O líder que te faz crecer
Este, meus amigos, é o tipo mais raro!
Muitas pessoas esperam este tipo de líder, e por isso se decepcionam tanto ao longo da carreira – um líder que se importa com o seu crescimento de forma genuína, verdadeira, e portanto te faz crescer.
Fazer crescer não significa necessariamente assumir um cargo maior na empresa, mas um líder que permite que você evolua na carreira. Um líder que ajude você a acabar uma semana, falando: “Aprendi, cresci, evoluí diante dos desafios que tive nestes dias!”.
Este líder, normalmente é fã de reuniões de 1-1 em que consegue realizar uma conversa sincera, objetiva, direta. Este líder aprende a gostar de feedbacks, e pede feedbacks de forma constante. Este líder tem liderados que sentem ter “voz ativa” dentro do time, e liderados que sentem que alguém se importa com eles.
Claro, é importante não confundir as coisas – este líder não vai fazer milagres! É dever do liderado se esforçar, se dedicar, e conseguir fazer disso uma via de mão dupla, afinal, um liderado e um líder que se importam um com o outro, e ambos com a empresa, com o time, etc. formam um “casamento” de sucesso!
Trazendo à tona um dos mestres quando o assunto é liderança, Simon Sinek, um líder que faz crescer nos coloca em um círculo de segurança. Entramos e saímos do trabalho, seguros: podemos contar com alguém.
2-O líder que não te atrapalha
Este segundo tipo, muito mais comum que o primeiro, é um líder que nem te faz crescer de maneira significativa, nem te trava para os objetivos – mas sim é uma espécie de meio termo entre ambos.
Um liderado que conta com esse tipo de líder, precisa ter resiliência e inteligência emocional, pois por vezes não recebe o feedback no tempo certo, e conta com algunas situações confusas. Este liderado precisa se acostumar a conviver com pontos de interrogação, e talvez por isso grandes profissionais que conheço vêm via este estilo de liderança que tiveram – tiveram que se virar “nos 30” para crescer. Cantaria o músico mineiro Beto Guedes, “A massa que faz o pão, vale a luz do teu suor”.
De qualquer maneira, esta neutralidade pode dar a liberdade necessária de um liderado para se destacar: “Se tenho caminhos abertos, posso trazer novas ideias, ajudar o time, ajudar a empresa!”. A falta de direcionamento e previsibilidade nas ações, processos e projetos pode ser o X da questão.
Ah, e é importante lembrar! Este tipo de liderado precisa se auto-motivar, pois pela falta de feedback citada anteriormente, precisa agir como o personagem de “A Vida é Bela” (1997), Guido Orefice, que fazia da esperança, o sentido dos seus dias.
3-O líder que te trava
Infelizmente, este tipo também é muito comum, especialmente em modelos de negócio arcaicos e tradicionais, onde o título (Gerente Sênior X Y Z) conta mais do que tudo. (como diria John Maxwell, um líder que está no nível 1 dos 5 níveis de liderança).
Este líder tem paixão pelo poder e muitas vezes tem um ego inflado, achando que os liderados vão o seguir por isso.
Para mim, mais que alguma palestra magnífica sobre liderança, ver a série “The Office” (disponível hoje, na Amazon Prime), seja a versão inglesa ou a americana, traz múltiplas lições sobre liderança por episódio. Uma delas, na versão americana, mostra o principal diretor (Michael Scott, genialmente interpretado por Steve Carell) que marca diversas reuniões, eventos sem a mínima noção, querendo mostrar e demonstrar trabalho, dentre outras coisas.
Costumo pensar na carreira como uma montanha. Fomos feitos para sermos, como diria o filósofo Mario Sérgio Cortella, “mais e melhores”. Se subimos esta montanha, dignificamos o trabalho, conseguirmos ver sentido em tudo. Se paramos, ou descemos, não.
Portanto, se você percebe que tem um líder que te trava, te puxa para baixo, ou te mantém no mais do mesmo – cuidado! Ficar estagnado por falta de opção é uma coisa, mas por falta de coragem, outra.
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Mais do que um post que denuncia líderes do nível 2 e 3, este é um post que pretende lhe encorajar: se você vive uma situação dessa, tente dar você o Feedback a seu líder para que possa ajudá-lo a evoluir – quem sabe falte isso para que as coisas melhorem no seu dia a dia 🙂
Até a próxima!