Grandes artistas são desajustados da realidade, by Michael Richards

Meu seriado de comédia preferido é Seinfeld.

Michael Richards, que viveu o lendário Cosmo Kramer, foi convidado para um episódio em um seriado do Netflix conduzido pelo próprio Jerry chamado “Comedians in Cars Getting Coffee”. 

Neste episódio, Michael Richards, que é um grande expert de xadrez, contou um causo: 

Certa vez foi jogar xadrez com um homem que vivia na rua, e esse homem venceu dele. Venceu novamente na revanche, com uma facilidade tremenda, e foi embora!

Ao ligar para um amigo e contar, o mesmo disse: “Sim. Eles são os savants. São malucos e imbatíveis no xadrez!”. 

E Michael Richards explica como este estranho homem ganhou:

“Ele viu as jogadas antes de eu fazê-las. Aqui a coisa fica meio metafísica.

Talvez você precise ser muito doido ou desajustado do tipo de realidade que estamos acostumados. 

Há outros tipos de realidades, outras zonas para habitar. Grandes artistas habitaram zonas específicas e então as coisas se tornam um novo paradigma.

As pessoas dizem: ‘Uau, não tínhamos pensado nisso!’”.

Achei fantástico! Grandes artistas são desajustados da realidade. Talvez naquele momento que você tem uma ideia que para você é óbvia, aquele conhecimento específico, aquela sacada – você está habitando esta outra zona. 

O desafio é achar espaço e entender um desses momentos, pra realmente fazer a diferença neste mundo. 

A responsabilidade não é da sua família

Percebo pessoas que ficam estacionadas no quesito “trabalho” por muitos anos, e isso tem relação com suas famílias.

Muitas delas:

a) Ou botam a culpa na família: “Se meu pai fosse assim eu não seria assim”

b) Ou se deixam ser envolvidos pelo conformismo da família: “Não aceitei aquele emprego pois teria que viajar eventualmente e estar em família é sagrado”.

Surpresa: a responsabilidade pelo sucesso ou fracasso da sua carreira não é da sua família.

Provavelmente, a não ser em casos específicos, sua família:

  • Não trabalha no mercado que você está inserido
  • Não sabe o que se precisa fazer para “chegar lá”
  • Por serem mais velhos, muitas vezes não tem noção da correria que sua vida está neste momento, para que você consiga atingir objetivos

Chega um momento da vida que precisamos nos desgarrar disso, se impor, e pensar: “Caso só fosse eu aqui na Terra, o que eu faria para ser uma pessoa bem sucedida?”.

E quando digo bem sucedida, não digo milionária. Mas bem sucedida em saúde, espiritualidade, amizades, relacionamento, investimentos, lazer, vida. O que é bem sucedido pra você?

Você precisa receber e dar o amor devido a família mas ao mesmo tempo saber que sua vida só depende de você.

De Kamal Ravikant:

“Se eu sempre tivesse feito o que estava ‘qualificado’ para fazer , estaria empunhando uma vassoura em algum lugar”

E adapto a família: “Se eu sempre tivesse me adaptado aos conselhos, vontades e preferências da minha família, estaria ganhando uma ninharia em algum lugar”.

Gaste tempo construindo o seu futuro, construindo a sua própria família de acordo com suas ambições e objetivos. Com certeza seus pais/avós/tios/primos vão preferir ter a felicidade de segurar seu/sua filho(a) no colo, ou acompanhar conquistas adultas de sua vida ao invés de bancar suas contas ou ter você morando no mesmo teto por décadas estacionado.

A responsabilidade é toda sua!

Um líder precisa gerar energia

Muito tenho refletido sobre Gestão de Energia nos últimos anos.

Scott Adams fala sobre, Tim Ferriss e seus convidados também (através da temática do “dizer não”).

A melhor hora para dormir, para acordar. Atividades divididas por horários. Organização de calendário para cuidar da própria saúde, e tantas outras ações práticas. 

Quando envelhecemos, se não gerimos nossa energia podemos perder bastante tempo e produtividade, caso você tenha escolhido uma carreira que demande isso. Gestão de Energia se torna quase um sinônimo de Gestão de Tempo.

Trabalhar na Birdie está sendo uma experiência enriquecedora que um dia conto aqui, mas hoje trago algo que nunca tinha experimentado: quinzenalmente temos o Mindfulness Practice, reflexões espirituais sobre vida e/ou carreira.

Para minha surpresa, tivemos uma palestra com Amit Chatterjee, um inspirador indiano que trabalhou 30 anos na Microsoft (!). Ele comentou sobre diversos aprendizados mas o que mais me chamou a atenção foi esse testemunho que transcrevo a seguir.

Segundo ele, 

“Gerar Energia é um princípio de liderança na Microsoft.

-Imagine trabalhar com um idiota que é expert, mas sempre te deixa pra baixo

-E por outro lado imagine interações em que você termina com mais energia e clareza do que antes

Líderes tem uma energia contagiante: qual tipo de energia vamos escolher contagiar os outros?”.

E finalizou citando Paramahamsa Prajnananandaji:

“Um Yogi não é uma pessoa que está meditando o tempo todo. É acima de tudo uma pessoa dinâmica, que não tem medo de se responsabilizar, dá o máximo para entregar o que precisa; e não se preocupa com resultados depois disso.

Um Yogi interage com outros com amor, ternura, compaixão e com um sorriso no rosto”.

Gerar energia é também tarefa da liderança – e só pode ser feita com sucesso se o líder faz também a gestão da própria energia.

Obrigado Amit Chatterjee por essa fantástica lição que levarei pra vida.

Até a próxima!

Sobre ficar alheio as coisas

Temos informações demais ao longo de um dia.

Notícias da guerra; do Neymar ter levado o terceiro amarelo; de alguém que foi cancelado; do tapa de Will Smith; do BBB; do mercado que trabalhamos; de livros que lemos; podcasts que ouvimos, e por aí vai.

Não sei de vocês, mas eu entendo que tenho um limite para as informações que absorvo em um dia – e por consequência um limite na semana, no mês, no ano…

E mais: para conseguir “percorrer milhas antes de dormir” como diria o livro “Vamos comprar um poeta”, ou seja, para ler 30-60min de um bom livro antes de dormir, não posso estar com a cabeça tão cheia.

Afinal, entre BBB e um livro, preferirei sempre o conhecimento do livro“Se você quer sugar o cérebro de alguém, você deve simplesmente ler um livro”.

O que quero dizer é: não seja uma pessoa culpada por estar alheia a alguns elementos, mesmo que são/foram importantes pra você.

Tem fases da vida que você não vai conseguir acompanhar aquela série de TV; ou não ver todos os filmes do Oscar; ou não vai acompanhar seu time do coração todo jogo; ou até não vai conseguir ver certos amigos com tanta frequência, ou até continuar aquele projeto. Faz parte. Prioridades. É sobre maturidade, é sobre sua vocação.

Respeite a fase atual da sua vida, seus objetivos de agora. Se adapte, e escolha dizer não para algumas coisas e por consequência ficar alheio a isso. E guarde sua energia para o que mais vale a pena no momento.

E quando alguma pessoa falar: “Não acredito que você não viu o texto de ciclano sobre o tapa de Will Smith em Chris Rock” você pode responder: não vi, estou alheio a isso. Simplesmente não é minha prioridade no momento. 🙂

Nota: O tempo que fico sem Instagram é meu grande “case pessoal” com relação a isso tudo, pois ele pra mim é o sugador de energia mais poderoso que existe! risos. Se quiser se aprofundar, leia mais: “Minimalismo no Instagram: um experimento”.

Até a próxima!

Sobre Jobs, Woz, Naval e King

Animado com a possibilidade de construir um escritório em casa, após 3 anos de home office, resolvi decorá-lo.

Inicialmente escolhi fazer um quadro, simples, mas que me inspirasse.

Conheci o trabalho da Quadrorama e decidi que ao invés de frases, faria algo mais simples: botaria fotos de pessoas inspiradoras. 

O quadro ficou assim, e abaixo detalho o que cada um deles representa pra mim, por ordem das fotos:

Steve Jobs = Sonhar grande

Jobs, co-fundador da Apple me faz pensar em transformar coisas intangíveis em tangíveis; conceber um mundo que antes não existia mas ajudei a existir; transformar o duvidoso em certo; sonhar grande e construir coisas grandes; me misturar com pessoas que sonhem grande também e ajudar o sonho grande deles. 

Steve Wozniak = Trabalhar duro

Woz, parceiro de Jobs nos primeiros anos de Apple me faz refletir o trabalho silencioso dos bastidores, aquele trabalho que quase ninguém percebe mas que dará frutos à longo prazo. De construir sistemas para a vida, e não somente metas. De crescer mais do que aparecer. De construir a vista da montanha que quero ver através de suor e esforço.

Naval Ravikant = Refletir para se reinventar como pessoa

Naval, indiano investidor e filósofo nas horas vagas me faz pensar em refletir a vida, o valor das pequenas coisas, e a importância de gerir energia, gerir tempo e grandes implicações que isso tem para jogar o jogo da vida no longo prazo. Me faz pensar em construir “liberdade de…” ao invés da ilusão da “liberdade para…” e me faz lembrar porque sou apaixonado por tecnologia.

Martin Luther King Jr = Buscar a verdade e o que é certo

Dr. King me lembra de ser uma versão melhor que eu mesmo. De lutar pelas coisas certas, de lutar para ser uma pessoa verdadeira e buscar justiça. De lembrar que existem pessoas que não tiveram as mesmas oportunidades que tive, e fazer algo sobre isso. De fazer a diferença no mundo e de abraçar projetos que façam a diferença no mundo, mesmo que externos à empresa que trabalho. De sonhar com um mundo menos desigual e dar parte da minha vida à isso.

E pra você, quais seriam as pessoas inspiradoras que escolherias para um quadro nesse estilo? 

Até a próxima!