Simples, curto e direto. Para complementar o fantástico, “O que eu falo quando falo de corrida”, Haruki Murakami nos presenteia sobre relatos ainda anteriores: sobre seu pai, sua infância e suas memórias.
Como sempre, Murakami vale a pena. As melhores frases que grifei foram:
- Sempre havia gatos na nossa casa , e gostávamos deles . Para mim , eram boas companhias . Como eu não tinha irmãos , livros e gatos eram os meus melhores amigos .
- Eu nunca passei por algo parecido . Fui criado — com certo afeto — como filho único , em uma família bastante comum . Então não compreendo , concreta e psicologicamente , que sequelas o fato de ser “ abandonado ” pelos pais deixa no coração de uma criança . Só me resta usar a mente para imaginar como deve ser . Será que esse tipo de memória não se torna uma cicatriz invisível que , por mais que mude de formato ou de profundidade , acompanha a pessoa até o fim da vida?