Principal insight do artigo: Hoje em dia, mais que nunca, somos a média de todo conteúdo (mídias sociais; séries; filmes; livros; etc.) que consumimos.
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1.”Você é a média dos seus 5 melhores amigos”
Cresci ouvindo palestras e pessoas experientes repetindo: “Você é a média dos 5 amigos que mais anda”, ou dos “5 melhores amigos”, e concordo completamente.
Se somos cercados de pessoas que tem um objetivo na vida, que sabem o que querem, isso pode influenciar de forma muito positiva as escolhas e decisões que temos na vida – e vice-versa. “Diga-me com quem andas e te direi quem és”.
No seriado americano “How I Met Your Mother”, isso fica claro – é raro que decisões sejam tomadas sem consultar algum dos 5 amigos, ao menos.
Lembro que da infância até hoje, alguma coisa sempre me fez procurar ficar próximo de pessoas que fossem boas em algo.
Enquanto o coleguinha da direita se esforçava por passar o ano fazendo o mínimo para passar de ano na escola, o da esquerda lia livros profundos sobre História e a Humanidade. Este colega existiu, e me instigava, me fazia indiretamente pedir a minha mãe o mesmo livro e, como costumo falar, “ir até águas mais profundas”.
Por isso, o primeiro livro que escolhi comprar na vida, aos 10 anos, foi “As 100 Maiores Personalidades da História” de Michael Hart. Devo dizer que esse meu amigo é uma das pessoas mais inteligentes que conheço hoje, e que admiro bastante. A admiração nos leva a querer sermos melhores também.
Se aproxime de quem você admira, quem é bem melhor que você em algum aspecto da vida – acredite, se deixarmos o ego de lado, muitas pessoas são melhores que a gente em muitos aspectos! Às vezes um mísero café com essa pessoa pode te direcionar de forma mais prática do que em outros meios.
Até hoje tenho a graça de ter esse tipo de gente perto de mim. Pessoas muito melhores que eu em diversos aspectos, pessoas que consulto, que peço orientação e opinião – pessoas que me corrigem quando erro ou quando faço a escolha errada.
Não que outros tipos de amigos não tenham seu valor, mas para mim se tornou natural ter poucas e boas pessoas para se confiar e muitas pessoas para simplesmente gostar de conviver, mas não necessariamente ouvir.
2.”Você é o que você come”
Outra máxima verdadeira, na minha opinião, é “Você é o que você come”: saúde!
Se não levamos isso a sério, especialmente quando envelhecemos, nós sentimos o baque. Ser um bom marido, um bom profissional, um bom amigo, passa completamente pelo quesito saúde. Afinal, isso se torna uma “bola de neve” caso não seja levado a sério.
Exemplo: Naquela segunda-feira a noite eu fui ao MC Donalds comer o maior sanduíche possível. Na terça-feira acordei sem disposição, atrasado, pulei o café da manhã e fui direto ao almoço. A noite estava com muito mais fome, e não fiz exercício. Já que a janta de terça sobrou, quarta-feira no café acabei comendo aquele pastel frito da noite anterior. E aí vai…
As pessoas mais confiantes e bem sucedidas que conheço tem ao menos alguma preocupação com saúde, com alimentação, com equilíbrio e afins. Isso é parte tão importante de suas vidas quanto se desenvolver de outras formas, por exemplo.
3.”Somos a média do conteúdo que consumimos”
Tendo dito isto, eis uma descoberta que trago pra vocês hoje (pode ser óbvia para alguns, mas pra mim uma novidade): Somos a média do conteúdo que consumimos.
A quase 8 anos atrás, lembro que entrei na onda do Instagram. Comecei a consumir o conteúdo dessa mídia, que prometia mudar a forma de nos comunicarmos.
Por cerca de 1 ano segui um perfil chamado “Chapolin Sincero”. Esse perfil, para quem não conhece, é um perfil engraçado onde uma figura do Chapolin dá seu ponto de vista sobre algumas coisas. Mas após algumas semanas, apesar de achar engraçado, percebi algo: consumindo mais e mais “Chapolin Sincero”, eu me tornava cada vez mais sarcástico e pessimista, como o personagem é.
Desde essa época, isso me instigou.
Será que o tipo de conteúdo, seja em mídias sociais, séries, filmes, livros e até músicas (as que entendemos a letra) altera a nossa forma de ver o mundo, pensar e agir? Cada vez mais tenho certeza que sim.
3.1 O código Bill Gates
Sou fissurado em figuras históricas que são autênticas, são referência, ainda mais se tratando do mundo que estou inserido – tecnologia, startups, e afins.
Nem preciso falar que na sexta-feira em que o documentário “O Código Bill Gates” estreou no Netflix, eu dei o “play” no primeiro momento possível!
Acontece que: Gates é um cara fora da curva, muito mais pelo misto de interesse e conteúdo que consome do que qualquer outra coisa. Se ele está interessado em entender mais sobre saneamento básico, por exemplo, compra mais de 10 livros profundos sobre o tema, com os melhores autores, e lê. Em semanas, consegue debater ideias frente a frente com especialistas na área.
Adicione isso a uma pitada de QI elevado, expertise e rede de contatos e tcharam! Temos Bill Gates – um ser humano que é diferenciado, por meios que eu e você podemos COMEÇAR a nos diferenciar também (se interessar mais + ler mais e melhor).
O próximo livro que vou atrás é o “Ferramenta dos Titãs” do Tim Ferriss. Li uma parte e vou ler inteiro em seguida. O livro mostra hábitos de pessoas bem sucedidas. (Suspeito que nenhuma pessoa da lista passa mais de 1h ao dia vendo memes em sua rotina).
3.2 Um tempo que não volta mais
Pensando isso, fui conferir meus hábitos e descobri que eu passava mais de 1h30 por dia SOMENTE NO INSTAGRAM!
Antes fosse a época que eu acompanhava, o Chapolin Sincero, agora a coisa estava muito pior. Quase 2 dias por mês eram contemplados com Instagram. 24 dias em um ano, 240 dias em 10 anos! Meu Senhor e meu Deus!
E se me perguntassem em uma espécie de sabatina mensal: “Lui, o que você aprendeu, acompanhando centenas de pessoas e suas rotinas, neste mês?”, eu diria que quase nada. (vou explicar mais a frente este quase, pois sim, tem coisa muito boa no Instagram).
Para piorar a situação, problemas de insônia recorrentes também foram relevantes – levar os instigantes apps para a cama e deixar de dormir. Uma coisa leva a outra.
3.3 Mas… o que fazer?
Todos nós temos a solução, literalmente, nas mãos.
Somos a média do conteúdo que consumimos. E este conteúdo normalmente se encontra nos nossos smartphones ou em livros (Kindle), etc.
Já que se trata de um desabafo pessoal, o que eu fiz para mudar esse paradigma, de 4 meses pra cá, foram 3 coisas: a) Criar uma conta paralela de Instagram e ouvir melhores Podcasts; b) Ler mais livros; c) Criar uma conta no Evernote. Abaixo vou me aprofundar nos 3:
a) Criar uma conta paralela de Instagram e ouvir melhores Podcasts
Lembram que falei que o conteúdo do Instagram era QUASE inútil para questões de aprendizado?
Portanto, restringi o uso do Instagram como um passatempo de menos tempo por dia, afinal gosto de postar stories, acompanhar os amigos, e etc. Mas, o ponto é: criei uma conta extra no Instagram.
Essa conta só segue pessoas que eu admiro, em diversos quesitos como: saúde, autoconfiança, aprendizados de startups, espiritualidade e afins. Nesta conta, não sigo nem 10 pessoas hoje em dia.
Na parte da noite, me policio para consumir 100% do conteúdo dessas pessoas, a partir da conta extra. E isso me faz crescer bastante!
Um desses caras é o Tallis Gomes, da Singu. Insights sempre relevantes!
Quanto aos Podcasts, cheguei um ponto onde eu sentia que…
Estava ouvindo muitos episódios de muitos Podcasts, mas poucos estavam agregando de forma prática na minha vida.
Portanto, hoje ouço episódios escolhidos a dedo de alguns Podcasts que admiro, e também vou atrás de episódios específicos de temas que quero aprender – e deixei de lado alguns Podcasts que não agregavam tanto, como longos episódios de Podcasts de Futebol ou Surf, por exemplo – como diria Guimarães Rosa, “…usando uma tesoura na mão” para cortar o que não é essencial.
(Eu amo futebol, mas de alguns anos pra cá tento me policiar no quesito “tempo dedicado a ele”).
Um desses Podcasts, é o Astella Playbook – não só os entrevistados são bons, quanto os entrevistadores e perguntas tem uma qualidade enorme. Edson Rigonatti dá um “banho”.
Ps: Para complementar esse item, não deixe de ler o “c”, relacionado ao Evernote, ok?
b) Ler mais livros
Se posso passar 1h30 por dia vendo Instagram, será que não posso passar 30min ao menos lendo um livro? Claro que sim!
Sou fã de pessoas que inventam maneiras de resumir livros. Consumi muito o aplicativo “12Min” e até hoje consumo o Podcast “Resumocast”.
Mas, meus caros, se o livro vai te fazer crescer, leia-o inteiro! Não somos o Bill Gates para lermos dezenas de livros sobre o assunto que queremos aprender no momento? Ok, mas podemos tentar ler 1 por mês!
Só para quebrar paradigmas: como diria um dos founders da Rock Content, Edmar Ferreira neste artigo “O que aprendi lendo 100 livros em 1 ano” , ler literatura não é perda de tempo, mas na minha opinião nos permite desenvolver criatividade e outros benefícios. Eu mesmo, leio muita literatura, filosofia, história e afins – e quanto mais eu leio, percebo o quanto eu nada sei. Como diria Ben Horowitz em um dos meus livros preferidos, “Ter visto o mundo sob pontos de vista tão diferentes me ajudou a aprender a separar os fatos da percepção que se tem deles”.
Ah, o Edmar é outro dos que sigo naquela conta extra de Instagram. O cara é uma máquina de leitura e conteúdo relevante.
Então, de um período pra cá tenho conseguido acabar livros antigos e começar novos!
Já que leitura é um hábito, hoje fico ansioso pela leitura diária – e faz falta quando não consigo ler!
c) Criar uma conta no Evernote
A qualidade dos conteúdos que consumo melhorou, mas a quantidade e profundidade eu acho que não.
Para que eu parasse de ficar com a sensação de “Muita informação, pouco conhecimento”, resolvi anotar as melhores frases ou insights do Instagram extra + Podcasts no Evernote.
Assim, consigo dormir tranquilo, sabendo que quando eu precisar utilizar aquela ideia, ela estará lá – e inclusive posso visitar todas as ideias periodicamente para que fiquem fixas em minha mente, tanto no notebook, quanto no celular com uma só conta.
Além disso, resolvi finalmente traduzir as melhores frases e insights dos meus livros preferidos e levar para meu Blog pessoal. Já fiz isso com “Do que eu falo quando eu falo de corrida (Haruki Murakami)” e “O Grito da Selva (Jack London)” – e vem mais por aí.
4.Uma lição final: O filme “About Time” (Questão de Tempo)
Se tem um filme que gosto para pensar na relação da temporalidade em nossa vida, esse filme é “About Time”, foto da capa deste artigo.
Alerta de possível spoiler (isso não é a conclusão ou o fim do filme necessariamente. Você pode vê-lo da mesma maneira, mas achei melhor avisar).
O insight que tirei deste filme foi de uma conversa entre pai e filho, com uma vasta biblioteca de livros como o cenário. Resumindo, a ideia é:
“Se meu dia tivesse mais horas que tem, ou se eu pudesse fazer algo como voltar ao tempo, eu aproveitaria este tempo para ler mais”
Seria algo semelhante de chegar aos 80 anos e ter em sua frente uma “biblioteca” de todos os bons conteúdos lidos na vida, as anotações, as ideias… Se fosse assim, qual o tamanho essa “biblioteca” teria hoje, com a idade que você tem? Eu certamente quero ter uma biblioteca recheada, pois aprender é como se manter vivo.
Como diria Thoreau em outro livro que amo: “…porque queria viver deliberadamente, enfrentar apenas os fatos essenciais da vida e ver se não poderia aprender o que ela tinha a ensinar, ao invés de vir a descobrir, ao morrer, que não tinha vivido”.
Queridos leitores, aproveitem a vida, consumam o que acharem melhor, se divirtam com memes, filmes de comédia e afins, eu também me divirto! – dar um tempo pra cabeça é positivo em geral – mas não esqueçam que o tempo é precioso e que sempre há espaço para mudar algum hábito e conseguir aprender coisas relevantes, também. Como defenderia Sêneca, devemos fazer o melhor de nossa vida!
Nesta época de coronavírus, muitos de nós que conseguem trabalhar de casa, estão deixando de pegar trânsito, estão tendo mais tempo para as coisas.
Que no fim deste período, todos estejamos com saúde e que voltemos com diversos aprendizados a partir dos conteúdos que consumimos, pois, sem dúvida nenhuma – e cada vez mais, somos a média destes conteúdos no nosso pensar, no falar e no nosso agir.
Aproveito e pergunto: você concorda que somos a média dos conteúdos que consumimos? Como você se comporta quanto a isso?
Abração!