Tom Perkins: risco de mercado x risco técnico

Li mais de uma vez na Newsletter “Sunday Drops” do Lucas Abreu e resolvi registrar.

O VC Tom Perkins defende:

O risco de mercado é inversamente proporcional ao risco técnico.

  • Um restaurante tem risco técnico baixíssimo, mas um grande risco de mercado pois concorre com qualquer lugar que mate a fome de alguém
  • A cura do Câncer, pelo contrário, tem baixo risco de mercado pois seria inédita e desejada pelo mundo inteiro, mas tem um grande risco técnico, não à toa não foi descoberta até hoje

São forças inversamente proporcionais.

Lembro que presenciei um VC saindo de uma Assessoria de Investimentos, perguntando: “Quantos % do time de vocês é Tech?”. Como que querendo saber o risco de mercado que estava envolvido em investir por lá.

Aprendizado que faz sentido e leva a muitas Startups conseguirem sair do passo inicial, graças ao alto risco técnico que as leva a águas mais profundas.

David Deutsch: explicação > previsão

Ciência útil é a que traz explicação ao invés da mera previsão.

Um dos meus pensadores atuais preferidos, Deutsch, um físico israelense defende essa ideia.

Em resumo:

  • Na ciência, não basta apenas que uma teoria seja capaz de fazer previsões precisas sobre os fenômenos observados.
  • Uma teoria científica também deve ser capaz de fornecer uma explicação clara e coerente desses fenômenos.

Para Deutsch, uma explicação científica deve ser capaz de responder a perguntas como “Por que?” e “Como?” de uma maneira que faça sentido e esteja de acordo com o conhecimento atual da ciência.

Por exemplo, a teoria da evolução de Darwin é capaz de explicar como e por que as espécies mudam ao longo do tempo, em vez de apenas fazer previsões sobre como essas mudanças ocorrerão.

Além disso, Deutsch argumenta que as explicações científicas devem ser testáveis e capazes de serem refutadas pela evidência empírica. Isso significa que uma teoria científica deve estar sujeita a experimentos e observações que possam confirmar ou refutar suas previsões e explicações.

Em resumo, para Deutsch, a capacidade de uma teoria científica de fornecer explicações claras e coerentes dos fenômenos observados é tão importante quanto sua capacidade de fazer previsões precisas.

Isso me remeteu a muitos conteúdos que vemos hoje em dia: “Tendências” ou “Previsões” feitas a partir de interesses individuais. Se vendo guarda-chuvas grito ao mundo que a tendência é chover como nunca antes, metaforicamente falando.

De certa forma isso vem em encontro com esta ideia de Spolski: É mais fácil reescrever o código, do que entendê-lo

Um brinde a todos os que tentam explicar ao invés de meramente prever.

Que Startups não percam o senso de diversão

Li uma citação muito bacana de Alan J. Perlis essa semana.

A frase é referida à Ciências da Computação e trouxe a citação na íntegra abaixo

Alan J. Perlis, computer scientist (1922-90)

“Espero que o campo da ciência da computação nunca perca seu senso de diversão. Acima de tudo, espero que não nos tornemos missionários. Não se sintam como vendedores de Bíblias. O mundo já tem muitos desses. O que você sabem sobre computação outras pessoas aprenderão. Não pense que a chave para uma computação bem-sucedida está apenas em suas mãos. O que está em suas mãos, eu acho e espero, é a inteligência: a capacidade de ver a máquina como mais do que quando você era, levou a isso, para que você possa fazer mais.”

Adaptando aos Startupeiros, que neste 2023 nossas Startups não percam este senso de diversão! Até.

“Reuniões 1-1”: meu primeiro livro!

Sempre tive o sonho de escrever um livro.

E hoje tenho a alegria de lançar meu primeiro: Reuniões 1-1″: Como iniciar uma cultura de feedback através de reuniões individuais!

Ele é um livro simples, mas bem direto para auxiliar todas as empresas, líderes e liderados, que acreditam na cultura de feedback e querem saber COMO fazer.

Reuniões 1-1 mudaram minha carreira para melhor e com certeza sempre foram uma grande artimanha para liderar times ao longo dos anos, e por isso juntei esses aprendizados em um só livro.

E aqui para garantir via Kindle (Amazon).

Obrigado e bons 1-1s!

Elon Musk e sua impopularidade

Estava refletindo a partir de uma ótima Newsletter, de Daniel Dahia, sobre Musk.

Lacradores que nunca pisaram em uma empresa de tecnologia costumam bater em personagens que jogam contra as regras da sociedade. Já vi gente falando que Steve Jobs e liderança não poderiam estar na mesma frase, já que no filme o retrataram como um sujeito complicado.

Ora, se Jobs não fosse um líder admirável, não estaria eu escrevendo num Macbook, ouvindo meu Airpod, carregando meu iPhone e pronto para uma corrida com meu Apple Watch. O cara era empreendedor e não Madre Teresa, não confundamos.

Sobre Musk, a onda do momento é crucificar as atitudes dentro do Twitter. O que ninguém lembra é que o Twitter vai bem, obrigado, mesmo com cerca de 4.400 funcionários a menos! Talvez atrase roadmap de produto ou tenhamos um bug ou outro? Sim, mas o cara sabe o que está fazendo.

Enfim, a newsletter citada lembrou que Musk tenta:

  • acelerar a transição de combustíveis fósseis para eletricidade para retardar o aquecimento global (Tesla)
  • construir e escalar uma colônia humana em Marte (SpaceX)
  • permitir que informação seja transferida de uma mente para outra (Neuralink)
  • resolver o transporte público nas cidades (Boring Company)
  • acelerar o desenvolvimento de inteligência artificial (OpenAI)
  • entre outras coisas

E tem gente, ironicamente, protegida atrás de uma tela Twittando contra o cara.

Possivelmente Musk seja o “homem do século” quando realizarem essa pesquisa em 2099 e nós, reles mortais, lacrando muito no Twitter.

Cada vez mais me convenço que mudar o mundo traz consigo uma impopularidade inevitável.