Uma gotinha no oceano (Presidentes de Emaús)

Transcrição da reflexão feita para os Presidentes de Emaús, 07-06-22. Valeu pelo convite Rafa!

Por vezes podemos nos perguntar: somos uma gotinha no oceano? Será que nós, líderes de Emaús temos importância na vida desses jovens ou somos meros “passadores de recados”? Se temos decepções ou pedras no caminho será que pensamos que nada significamos para esses jovens?

Já que somos 1 entre dezenas de líderes no Movimento; 1 entre centenas de Líderes do Emaús pelo País e 1 entre milhares de líderes cristãos pelo mundo às vezes temos essa auto-sabotagem.

Mas deixe que eu mostre a vocês uma visão diferente.

Um grande amigo de Emaús, quando presidente de grupo, participou de um workshop sobre Liderança. Quando grandes líderes da empresa souberam que ele era um mero líder de grupo de jovem, caíram na risada.

O facilitador falou: “Pelo contrário. Temos aqui um caso específico: ele é um líder voluntário de pessoas voluntárias. Isso é muito curioso!” – e começou a fazer diversas perguntas para entender como influenciava seus liderados, os jovens, a fazerem as coisas. E foi respeitado pelo restante do grupo.

Ser líder em Emaús é de um aprendizado sem igual, afinal, ninguém está recebendo salário ou tem medo de demissão. Todos são livres. Ninguém precisa performar. Se estão lá, é por amor a Deus, pelas amizades, por querer fazer parte dessa aldeia. E quanto aprendizado há nisso, meus amigos!

Aposto que conhecem a vida de Marcelinho Câmara, jovem de Emaús que foi convertido a partir de um Curso, anos e anos atrás. Acontece que a conversão de Marcelinho não foi como a do poeta francês, em que “um raio de luz o converteu de uma hora pra outra”. A conversão de um santo como Marcelinho foi um processo, um longo processo.

E para que esse processo de conversão do Marcelinho desse certo, com certeza foram necessárias pessoas líderes em volta: incentivando, motivando, dando responsabilidades aos poucos, como o convidando para uma reunião de grupo, para assumir atividades, para uma palestra e por aí vai.

Diria o livro Sociedade dos Poetas Mortos: “Porque não importa o que alguém diga a você, palavras e idéias têm o poder de mudar o mundo.”.

Se nosso Movimento conta com “cases de sucesso” e pessoas de fé, que fazem o bem nesta curta jornada da vida, certamente devemos isso às lideranças atuantes. Aos Padres Bianchini, Rogerio, e Vitor. Aos tios. Aos líderes jovens, e presidentes e vices como vocês.

  • Quem sabe o próximo Marcelinho ou Marcelinha não está no seu grupo neste momento, e bastaria um empurrãozinho para serem motivados a um processo de fé? 
  • Quem sabe no seu grupo está sentada uma pessoa que vai salvar vidas, salvar almas em volta dela, mesmo que ninguém saiba disso?
  • Quem sabe em seu grupo está sentada uma pessoa que vai fazer uma diferença na sociedade e anos depois afirmará: “Tudo começou naquele grupo de jovens do Emaús”?

Observem a grandeza que vocês tem, a responsabilidade que vocês tem como líderes. Mesmo quando as coisas não vão bem.

O Padre Vânio fala que grupos são como fases da lua: por vezes minguantes… por vezes crescentes… e por vezes cheios! Independente da fase do seu grupo, não desanime. Motive, incentive, não perca a esperança!

Aquele chamado para a Integração, para fazer uma leitura na Missa, para participar de uma reunião… Isso vale ouro! Não desistamos dos jovens – assim como não desistiram do Marcelinho. Eles são o futuro de nossa Igreja. “Que nossa vida não seja estéril!” diria o Santo.

Michael Quoist tem uma historinha que gosto bastante:

“O pedreiro colocava o tijolo no leito de cimento. Com o gesto preciso da trolha, ele cobria o tijolo de massa, e sem lhe pedir opinião, lançava por cima outro tijolo. Rapidamente o alicerce subia; a casa seria alta e sólida para abrigo dos homens.

Fiquei pensando, Senhor, no pobre tijolo enterrado no escuro do alicerce. Ninguém o vê, mas ali está, fazendo seu trabalho, sendo necessário para todos.

Senhor, que importa se eu estiver na parede mais nobre da casa, ou nos alicerces, se eu for fiel, exatamente no meu lugar, na tua grande construção”.

Não esperemos aplausos ou troféus. Honrarias ou glórias. Ser líder cristão, presidente de grupo no caso de vocês, é um trabalho muitas vezes silencioso. Mas lembrem-se o que cantou Beto Guedes: “A massa que faz o pão vale a luz do teu suor”.

E finalizo com Esopo:

“Um cão de caça espantou uma lebre para fora de sua toca, mas depois de longa perseguição ele parou a caçada. Um pastor de cabras, vendo-o parar, ridicularizou-o dizendo: – Aquela pequena lebre é melhor corredora que você.

O cão de caça respondeu: – Você não vê a diferença entre nós. Eu estava correndo apenas por um jantar, mas a lebre corria por sua vida.

Moral da história: O motivo pelo qual realizamos uma tarefa, um serviço, é que vai determinar sua qualidade final!”

O grande motivo desse trabalho é que esses jovens tornem Jesus Cristo o ideal de suas vidas.

Por isso, presidentes, concluo: vocês são gotinhas nesse oceano, mas sem vocês o oceano ia perder tanto…! Obrigado e parabéns pelo trabalho de vocês, que importa muito para Deus.

Que tenhamos, líderes de Emaús, um ano incrível pela frente.

Um grande abraço, Lui.

Um comentário em “Uma gotinha no oceano (Presidentes de Emaús)”

  1. A alegria de te ter como amigo e poder contar contigo para as coisas de Deus é sempre um presente, uma Graça!
    Obrigado meu querido!

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