Contextualizar é necessário, mas não é tudo.
Há algum tempo venho percebido algo que transforma apresentações com um potencial muito positivo em uma confusão: exagerar na contextualização.
A contextualização em uma palestra, treinamento ou até mesmo em uma venda, faz parte da introdução com o objetivo de levar os espectadores ao mundo do facilitador. Ela é fundamental para que o espectador consiga entender aonde se quer chegar, mas não pode configurar grande parte de uma apresentação.
O esqueleto abaixo, dá um exemplo interessante para ser usado em apresentações:
1.Introdução (5% do tempo)
2.Contextualização (10% do tempo)
3.Aprofundamento/Problema (30% do tempo)
4.Solução (45% do tempo)
5.Conclusão (10% do tempo)
A realidade, é que muitos facilitadores esquecem disso, montando um esqueleto parecido com este:
1.Introdução (10% do tempo)
2.Contextualização (80% do tempo)
3.Conclusão (10% do tempo)
Já percebeu isso? Se não, dou umas dicas de frases proferidas durante apresentações desse tipo:
“Antes, o mundo era assim. Hoje, é assado.”
“As pessoas se comportavam dessa maneira, e hoje não mais.”
“O mundo mudou e a cabeça das pessoas também”.
E ao final, a clássica:
“Galera, o tempo passou muito depressa, eu tinha até uns outputs legais mas fica pra próxima”.
Ok! Tudo mudou, e o que eu faço com isso? Precisamos de menos informação e mais conhecimento!
Antes de tudo, o facilitador precisa responder: “Como quero que os espectadores saiam da apresentação?”.
Benjamin Bloom, psicólogo americano falecido em 1999 construiu uma Taxonomia que pode auxiliar nisso:
Apresentações que apenas contextualizam, tendem trazer à tona a parte mais baixa da pirâmide, um mero “Lembrar”:
Sujeito 1: “Ontem vi a palestra do fulano. Foi legal!”
Sujeito 2: “Conte mais, o que foi tratado?”
1: “Ah, vários temas de Marketing, algo bem interessante e atual.”
2: “Por exemplo…”
1: “Ah, algo voltado a Email e coisas do tipo…”
2: “Algo que possamos aplicar aqui na empresa?”
1: “Sim, mas não sei exatamente como…”
Afinal, como fazer uma apresentação épice que vá até o topo da Taxonomia e seja mais do que meramente “lembrar”?
Simples. Explore muito a parte de “Aprofundamento/Problema” e especialmente de “Solução”.
Que tal, em “Solução” trazer: outputs; diretrizes; segredos; pontos; ações; práticas; etc.?
Por exemplo: “E agora, vou dar 5 dicas para você começar a fazer isso assim que chegar na sua empresa amanhã!”. Simples assim.
Notem a diferença no diálogo:
Sujeito 1: “Tive uma palestra muito interessante ontem!”
Sujeito 2: “Conte mais, o que foi tratado?”
1: “Dicas valiosas de Email Marketing”
2: “Como o que?”
1: “São 5 dicas principais que anotei, bem práticos, simples e interessantes. A melhor delas é relacionada aos assuntos enviados, uma dúvida que tenho de forma recorrente. Sabia que usar Emojis aumenta a conversão para Email Marketing?”
2: “Legal! Vamos conversar mais tarde sobre?”
1: “Fechado!”
Facilitadores: a contextualização é crucial para uma boa apresentação, mas não é tudo.
Nunca esqueçam: que as coisas estão mudando, todos já sabemos. O que queremos saber é o que fazemos a partir disso!
Até a próxima 🙂