O segredinho sobre EdTech (Gagan Biyani)

Ótimo tweet de Gagan Biyani, co-founder da Udemy traduzido:

“O “segredinho sujo” da edtech: as maiores empresas do setor na verdade não se importam se você aprende alguma coisa.

Como cofundador da Udemy, eu penso nisso todos os dias…

  • Duolingo — o único decacórnio da edtech, avaliado em US$ 14 bilhões. Um app brilhante, produto viciante, ótimo para motivação. Mas sejamos honestos: a maioria dos usuários não consegue manter uma conversa básica no idioma escolhido. É um jogo, não uma educação.
  • MasterClass — é chamado de “edutainment” (educação + entretenimento) por um motivo. Marca e equipe excelentes. Mas não serve para aprendizado sério.
  • Udemy/Coursera ampliaram o acesso a milhões de pessoas, mas cursos em vídeo têm uma falha fatal: só funcionam para os mais motivados. Taxas de conclusão entre 4% e 10%! Eu ainda recebo mensagens sobre impactos positivos, mas o usuário médio não enxerga essas plataformas como soluções educacionais de massa.

Kajabi/Teachable dominaram a monetização de criadores. Mas muitos (não todos) criadores não priorizam os resultados — apenas as vendas. Cursos de “fique rico rápido” de US$ 5.000 com marketing apelativo são comuns. Existem pérolas, claro, mas não qualidade suficiente para adoção em massa.

E então há a University of Phoenix, o pior exemplo. Ela provou que era possível acessar empréstimos estudantis federais, entregar resultados ruins e ainda assim manter bilhões em receita.

Ironia: os melhores modelos de educação — bootcamps de programação como App Academy, BloomTech, General Assembly e Galvanize — realmente geraram resultados concretos. Mas não conseguiram escalar, em grande parte por causa de práticas injustas (e imorais, na minha opinião) do “cartel” do ensino superior tradicional.

Aqui está o ponto: todo mundo nesse setor começa com boas intenções.
Eu conheço as equipes da Duolingo, Udemy e outras. Elas se importam. Mas os incentivos da Edtech 1.0 empurraram todo mundo para engajamento e monetização, não para aprendizado real.

Investidores públicos perceberam isso com o tempo. O crescimento no consumo estagnou, o B2B desacelerou e as avaliações despencaram. Coursera e Udemy faturam cerca de US$ 700 milhões por ano cada, mas são negociadas com múltiplos de 1,5 a 2,5x — um sinal claro de crise na edtech.

Nós precisamos da Edtech 2.0.

A próxima geração precisa unir resultados reais de aprendizagem com alto engajamento.

Há várias empresas tentando fazer isso — e claro, acredito que a Maven é uma delas.

Para criar múltiplas empresas de US$ 10 bilhões ou mais em educação, precisamos realmente nos importar com o fato de as pessoas aprenderem de verdade. A competitividade dos EUA depende, literalmente, de reconstruir seu sistema educacional.

A IA está prestes a gerar a maior demanda de requalificação profissional da história moderna. A oportunidade é gigantesca — e desta vez, podemos fazer certo.

Pode não parecer, mas sou otimista.
Das cinzas da Edtech 1.0 surgirá a Edtech 2.0.
Uma nova geração que vai entregar valor de verdade — e fazer as pessoas acreditarem novamente.” 🏔

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