Consciência profissional é diferente de ser “workaholic”

Nesta pandemia muito temos ouvido falar sobre a importância de estarmos bem com nós mesmos e nossas emoções.

Não poderia concordar mais.

Conheço pessoas que antes eram workaholics (viciadas em trabalho) e aprenderam como o tempo de lazer, de descanso, tempo livre fez sentido. E até pessoas que passavam muito tempo da vida em deslocamento, e redescobriram trabalho com o home office. E outras que começaram separaram tempo semanal para terapia.

Mas o que me chamou a atenção para escrever esse texto foi outra coisa.

Tenho percebido pessoas que…

  • Usam o mantra “Work smart, not hard” de maneira equivocada e por isso fazem o mínimo que podem no trabalho
  • Não vão além do que lhes é pedido quase nunca, e ao mesmo tempo deixam de se destacar
  • Mesmo em posições com salários invejáveis por esmagadora maioria da população, não se doam como poderiam

E notem: aqui não estou falando de alguém workaholic.

Leia também: “A relação entre felicidade e home office”

Não estou defendendo que precisamos trabalhar 3 turnos por dia; fins de semana; que não podemos sair mais cedo naquele dia ou aproveitar o fim de tarde para fechar o notebook e dar uma bela caminhada.

Estou falando de consciência profissional – algo tem proximidade com o bom senso que precisamos ter na nossa carreira.

O que é consciência profissional?

Ando pensando muito no livro “No caminho da santidade: Marcelo Câmara” (Maria Zoê) que conta a história de um jovem muito especial que viveu aqui em Florianópolis.

Seu pai narra em certa parte do livro:

“Num sábado logo após a sua admissão como Promotor, em 2007, mesmo ele estando depauperado pela doença (câncer), disse que ia almoçar rápido porque a sua mesa de trabalho estava tão cheia que não conseguia ver quem sentava a sua frente e precisava ir dar uma ‘limpada’ nos processos.

E ele foi lá para Vara Criminal de São José para dar uma baixa nos processos. Consciência profissional. Poderia dizer, acabou meu expediente, estou aqui somente há alguns dias, mas não, foi trabalhar no sábado à tarde.”

Que bonito isso!

Pensar que temos a honra de estar empregados, num País que o desemprego é comum; pensar que alguém nos confiou seu dinheiro para fazer a empresa crescer ou se sustentar.

O quanto sinto que estou me doando para esta grande oportunidade que tenho hoje?

Liberdade x libertinagem

O home office recentemente nos deu liberdade.

Liberdade de horários, do local onde moramos. Liberdade para repensar a vida, e na maioria das vezes liberdade para fazermos nosso trabalho de forma solitária.

O problema é quando essa liberdade se transforma em libertinagem, ou seja, irresponsabilidade que pode atingir sua carreira e até o trabalho dos que o rodeiam.

Como disse Gary Vee:

“Todo mundo está tomando decisões sobre, tipo, “O que vou fazer aos 25 anos? É melhor eu fazer isso … ” Em anos, eles estão impacientes e tomando decisões idiotas, e em dias, eles estão assistindo a porra do Netflix. Eles ficam super preocupados com os 25 quando têm 22, mas bebem todas as quintas-feiras à noite às 19h.”

Já falei que a frase que eu gostaria de botar em um outdoor seria: “Disciplina é Liberdade”, atribuída a Jocko Willik.

Se tenho disciplina no trabalho, vai ser natural que consiga pedir um dia off para passar com a família. Vai ser natural sair um pouco mais cedo num dia especial. Vai ser natural ir ao médico sabendo que estou me organizando para isto.

Rotina, organização e disciplina: três palavras que valem muito em uma carreira de sucesso.

Portanto, notamos que consciência profissional é fruto da maturidade que para certas pessoas chega aos 15 anos, para outras aos 22 (após a faculdade, por exemplo), para outras quando pagam suas próprias contas, para outras que viajam o mundo e precisam se virar, para outras quando casam, quando tem filhos, por aí vai.

Gosto muito da sutileza do sempre emocionante “Horácio” da Turma da Mônica, que traduz maturidade como “o momento da verdade”:

E é claro: para outras pessoas a maturidade nunca é atingida.

Essas pessoas não desejam ser maduras, simplesmente. E por consequência, não têm consciência profissional, não crescem, e estão sempre na mesma.

Conclusão

Tenho um amigo que saiu de um Banco como analista; se aperfeiçoou; e voltou para o mesmo Banco anos depois como Diretor – deixando todos os ex-colegas de queixo caído, positivamente.

Se você quer conquistar mais coisas na vida, procure ter consciência profissional e ao longo dos anos a “sorte” vai estar ao seu lado: oportunidades vão aparecer e pessoas vão lembrar de você.

“Cada um tem a vista da montanha que resolver subir”

A responsabilidade é toda sua!

Até a próxima 🙂

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