51 perguntas para um bom Podcast

Esses dias tive uma ideia pensando essencialmente em 2 pontos:

Portanto, sabendo que quem sabe fazer boas perguntas tem o mundo em suas mãos, resolvi separar 51 boas perguntas para fazer a um entrevistado em um Podcast.

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Como é trabalhar em uma empresa dos Estados Unidos?

Olá!

Resolvi escrever esse post após completar 1 ano na ActiveCampaign, em outubro de 2020. Alguns meses atrasado cá estou.

Vi que muitas pessoas têm interesse de trabalhar em empresas norte americanas, dos Estados Unidos, seja para trabalhar por lá (o que é um pouco mais difícil e raro) ou para trabalhar aqui do Brasil em times de expansão (algo cada vez mais comum nos últimos anos).

Para quem não me conhece, sou do setor de Startups e Tecnologia, mas não sou desenvolvedor nem trabalho com Produto. Já estive em times de Marketing, Vendas e mais profundamente Sucesso do Cliente. Portanto escrevo os tópicos abaixo 100% enviesado no mundo de tecnologia – não sei ao certo para outros setores como as coisas poderiam funcionar.

Como fui contratado? Como foi o processo seletivo?

Dica 1: Acredito que networking vale mais do que dinheiro.

Amigos e conhecidos normalmente vão trazer grandes oportunidades de carreira e de vida, portanto nunca feche portas, nunca seja egoísta ou exclua pessoas. Quem sabe aquela pessoa insignificante e introspectiva pode ser uma pessoa fundamental na sua carreira e na sua vida por lembrar de você e abrir portas e vice-versa.

Sugiro a leitura de “Dar e Receber” (Adam Grant) que reflete bem esse ponto acima.

Falo isso pois um ex-colega que tive contatos esporádicos na empresa que trabalhávamos precisava indicar alguém como Customer Onboarding Specialist, alguém que auxilia novos clientes no uso do software. Quando ele veio falar comigo, eu nem pensava em sair da minha job atual pois era algo que eu realmente gostava de fazer e uma empresa com pessoas muito boas ao meu lado – mas eu tinha um sonho!

Meu sonho sempre foi trabalhar-conviver com pessoas de outro país, especialmente Estados Unidos por alguns motivos:

  • É o berço de grandes Startups que conhecemos
  • Networking e contatos de colegas fora da minha cidade e País pareciam fazer sentido
  • E claro, mais portas poderiam se abrir ao longo da carreira

A ActiveCampaign é uma empresa que auxilia seus clientes através de um software especializado em Automação da Experiência do Cliente. Foi fundada e tem sede em Chicago/IL, mas com escritórios em Indianápolis/IN, Dublin/Irlanda e Sidney/Australia.

Então, aceitei e participei de 3-4 etapas em um Processo Seletivo todo em inglês. Como meu inglês não estava “em dia” lembro que ensaiei MUITO antes de fazer cada etapa, inclusive paguei uma amiga professora de inglês pra simular as entrevistas previamente, e também a isso devo minha entrada na empresa.

Dica 2: Passar em processos seletivos (especialmente para empresas de fora) não é sobre “ser reativo e esperar o que a empresa vai pedir” e sim “ser proativo e se antecipar, surpreendendo a empresa positivamente”.

Como diria Marc Andreessen: “Sempre em frente . Tipo, não vamos parar . Não vamos diminuir a velocidade. Não vamos revisitar decisões tomadas no passado. Nem desconfiar.”

Como foi a entrada na empresa?

Com muita emoção recebi uma ligação e aceitei a proposta!

Informei meu ex-chefe e combinamos uma data para a viagem para Chicago/IL para as 2 semanas de Onboarding dos novos funcionários que entraram comigo.

Acontece que eu nunca tinha viajado para lá, e não tinha passaporte!

Já que sou de Florianópolis/SC, por obra divina, consegui marcar a entrevista para o passaporte em Porto Alegre/RS dias depois.

Pedi para a empresa uma carta para me ajudar com o objetivo da viagem – afinal, quem vai recusar um brasileiro que está indo trabalhar 2 semanas e volta? Com certeza isso ajudou bastante, pois vi gente sendo barrada sei lá porque e discutindo com o povo do consulado.

O passaporte chegou via correios (outra obra divina, pois às vezes as coisas não chegam!) e deu tudo certo – eu estava pronto para ir a Chicago!

Dica 3: Não pareça impressionado ou aterrorizado com a vida e nesse caso com pontos burocráticos. Procure resolver, peça ajuda pra pessoas que já fizeram isso, e as coisas vão se encaminhando. Não perca uma oportunidade dessa por parecer desesperado por causa de um passaporte, visto ou sei lá o que for.

Na ActiveCampaign eles incentivam que seu cônjuge vá junto nesta aventura, então arcamos a passagem da minha noiva mas o hotel ficava garantido para ambos, o que foi muito legal afinal é um vôo longo e para quem não é acostumado com vôos internacionais (como eu) ela foi crucial para evitar que eu aterrizasse no Alaska ou algo assim (brincadeira!).

Em um domingo de frio em Chicago, exatamente no dia da Maratona de Chicago, chegamos!

No dia seguinte encontrei meu novo amigo e colega Pablo, tomamos café da manhã juntos, e fomos para a empresa.

As 2 semanas de Onboarding foram bem “americanas”. Lá as pessoas são:

  • Pontuais: Começam tudo no horário certo e terminam no horário certo, religiosamente. Usam calendário e relógio para as coisas. Uma organização muito bacana.
  • Diretas: Não confundir “ser direto” do que “ser ríspido”. Lá eles são muito diretos para o que tem que falar.
  • Profissionais: As relações profissionais normalmente são respeitosas por lá, existe um respeito hierárquico e menos “aqui é uma família!!!”, famoso erro cometido em muitas Startups brasileiras – isso é assunto para outro post.
  • Abertas: Ao mesmo tempo a cultura da ActiveCampaign é bem receptiva! Eles ficam felizes com colegas brasileiros e até organizaram eventos para nos receber. Mas vou detalhar isso no tópico abaixo.

Como é ter líderes e colegas americanos?

a) Liderança

Se eu pudesse ilustrar liderança por lá, em uma palavra, seria “focada”.

Sinto que na ActiveCampaign temos menos eventos e menos atrativos pois no fundo não precisamos de mais um puff ou uma mesa de ping pong ou novidades e “fatos novos” mensalmente para achar uma empresa legal.

O escritório é simplesmente fantástico, mas senti que isso é um EXTRA e não um ponto FUNDAMENTAL dos benefícios de se trabalhar lá.

Subúrbio de Chicago

Pegando carona nisso, a maioria das coisas são bem claras e como falei, respeitam claramente uma hierarquia.

Meu primeiro chefe, Tad, foi um cara fantástico, disponível e destravou muitos pontos de dúvida ou eventos específicos para mim durante esse tempo. Além de gostar de NBA e ser um cara muito divertido – mas sempre profissional!

b) Colegas

Time de Customer Onboarding da ActiveCampaign

Algo muito específico e que chamou a atenção foi: todos os funcionários pedem o almoço em um aplicativo chamado Fooda, onde você tem um budget diário para gastar com almoço.

Os almoços chegam em 2 diferentes “levas”, portanto meu almoço estava me esperando com meu nome por volta das 11h30 diariamente.

Já que Chicago faz muito frio, as pessoas costumam pegar seu almoço e almoçar na própria mesa! Ir respondendo e-mails, adiantando pontos, e por essas e por outras por volta das 16h30 todos saem do escritório. 17h, 17h30 o escritório está praticamente vazio!

De qualquer forma, meus colegas sempre foram pessoas muito legais e se mostraram à disposição para ajudar no que fosse preciso. São pessoas interessadas, justas e que eu contrataria para meu time se precisasse fazer isso algum dia.

Sobre lidar com clientes, lá se dá menos importância por “gerar rapport” ou seja, “quebrar o gelo” com clientes e mais importância ao valor gerado a cada reunião. Sucesso do cliente > amizade com cliente, se eu fosse traduzir em linhas gerais – o que é diferente do nosso modo brasileiro de fazer as coisas. Não existe muito papo furado ou inútil. Eu praticamente reaprendi a fazer Sucesso do Cliente com eles.

Dica 4: Otimize tempo, sempre. Faça um cliente ser beneficiado da reunião desde o minuto 1. Se prepare para reuniões com clientes e colegas, e quem sabe, como eles falam: “Devolva alguns minutos para a vida das pessoas” ao conseguir finalizar reuniões antes do tempo.

Como se destacar profissionalmente?

Aqui há um aprendizado bem profundo.

Na minha percepção, eles esperam que você passe cerca de 95% do seu tempo buscando atingir a meta proposta. Logo, se você tem meta de número de reuniões com clientes, ou nota dada pelo cliente após reunião, de índice de retenção de clientes ou o que for – eles querem que você passe o tempo para bater meta. Para isso que você foi contratado.

Se estou participando de um projeto por conta própria e isso está tomando meu tempo, isso basicamente é problema meu! Ou seja, conheço pessoas que batem meta todo mês, são respeitadas, e não necessariamente se envolvem em ações extras da empresa, seja lá o que for.

Escritório da ActiveCampaign em Chicago

No Brasil já vi pessoas que não batiam a meta mas adoravam a empresa e a empresa as adorava, e acabam ficando tempos na empresa por isso. Lá é bem diferente.

Dica 5: Entenda exatamente qual sua meta, o que esperam de você, e gaste tempo nisso. Primeiro o essencial, depois o extra.

Agora: caso você esteja conseguindo se organizar, bater meta, que tal gastar esses 5% de tempo que sobram em um mês para se envolver com “extras” da sua job, desde que seja algo útil para a empresa?

Eles adoram quando você faz seu essencial + consegue surpreender as pessoas colaborando com outros times, treinando colegas, escrevendo artigos pro Blog, ajudando em algum problema, sugerindo coisas e por aí vai.

Diria Reid Hoffmann: “Como você sabe que tem jogadores de alto nível na equipe do seu projeto? Quando esses jogadores não apenas aceitam a estratégia que você lhes entrega. Eles devem sugerir alterações no plano com base em sua proximidade com os detalhes.”

Dica 6: Se você quer se destacar numa empresa americana, bata a meta (Dica 5) mas também pareça interessado nos “extras” que surgem como oportunidades.

Finalizando…

Voltei a Chicago mais uma vez para uma reunião geral de Vendas e Customer Success, e acredito que brevemente devemos ter um escritório da empresa aqui em Florianópolis – mas as idas para Chicago devem se manter no mínimo anuais (quando acabara pandemia), e obviamente o contato e relação com o time de lá sempre estarão presentes na nossa rotina.

Se seu sonho é seguir um caminho parecido, ou até ir trabalhar nos Estados Unidos ou outro país deste nosso planeta, seja uma pessoa interessada, boa no que faz, e constante nas entregas. Há 6 anos atrás eu iniciava no mercado de tecnologia e ia dar uma gargalhada se alguém falasse que algum dia eu estaria vivendo meu sonho dessa maneira.

Para finalizar, uma frase que gosto muito de Scott Adams:

“Se você quer uma vida mediana, bem sucedida, não é preciso muito planejamento. Apenas não se meta em confusão, estude e candidate em empregos dos quais você possa gostar. Mas se quiser algo extraordinário , você tem dois caminhos: 1) Tornar – se o melhor em uma coisa específica. 2) Tornar – se muito bom ( entre os 25 % melhores ) em duas coisas ou mais.”

A vida é muito curta pra ser pequena! Vamos em frente!

Fico à disposição para conversar sobre esse tema – me adicione no Linkedin e vamos conversar 🙂

Sobre respeitar o tempo do seu mentor ou expert

Não há nada errado em querer fazer benchmarking, ou pedir uma mentoria gratuita – se inteirar sobre outra empresa, outra operação, outra pessoa que passou pelo que você passa.

Mas, acredito que precisamos respeitar mais o tempo do outro.

Explico: muitas vezes vejo grupos de Whatsapp ou até mensagens no inbox: “Vi [TAL COISA] e queria fazer um bench!”.

Afinal, qual o objetivo deste bench-mentoria? Qual desafio você passa? Precisa necessariamente acontecer via call (reunião remota)? Qual sua empresa? Qual seu modelo de negócio? Por que acha que a pessoa que você procurou vai te ajudar a solucionar exatamente?

Deixo uma dica interessante abaixo, baseada na teoria que o grande escritor Stephen King tem sobre conseguir coisas de outras pessoas:

“Olá, [NOME]! Vi que você é especialista em [ALGO] por causa de [ALGUMA COISA QUE LI OU VI OU UMA PESSOA EM COMUM].

Estou passando por [DESAFIO ATUAL] e seria valioso poder entender o que posso fazer melhor por aqui.

Você teria disponibilidade para conversar [X MINUTOS] sobre o assunto – ou se não tiver tempo no momento, podemos fazer por [OPÇÃO B e C, por exemplo Áudios do Whatsapp ou E-mail estruturado]?

Muito obrigado!”.

Ah, e assim que a pessoa aceitar, se comprometa a enviar previamente as principais perguntas ou desafios que você tem.

Certa vez passei 1h conversando com um time que mal sabia qual o desafio que tinha em mãos. Dava pra ver que não estava claro o por que daquela sessão de mentoria pra nenhum dos lados – não foi a primeira vez que isso aconteceu.

Respeite o tempo do outro, e assim você conseguirá ter melhores relações, benchmarks e um networking bacana!

O dia que você se tornou um escritor melhor

Este post simples foi feito por Scott Adams, criador de Dilbert, e está presente no seu Blog: https://dilbertblog.typepad.com/the_dilbert_blog/2007/06/the_day_you_bec.html

Resolvi traduzir ele para conseguir enviar para o maior número de amigos possível, após grandes referências que tenho no mercado citarem o mesmo post.

Divirta-se! Lui.

“Passei de um péssimo escritor a um bom escritor depois de fazer um curso de um dia em “redação de negócios”. Eu não conseguia acreditar como era simples. Vou te contar os principais truques aqui para que você não tenha que perder um dia de aula.

A escrita de negócios tem a ver com clareza e persuasão. A técnica principal é manter as coisas simples. A escrita simples é persuasiva. Um bom argumento em cinco frases influenciará mais as pessoas do que um argumento brilhante em cem frases. Não lute contra isso.

Simples significa livrar-se de palavras extras. Não escreva “Ele estava muito feliz” quando você pode escrever “Ele estava feliz”. Você acha que a palavra “muito” acrescenta algo. Não importa. Limpe suas frases.

A escrita de humor é muito parecida com a escrita de negócios. Precisa ser simples. A principal diferença está na escolha das palavras. Para fazer humor, não diga “tomar uma bebida” quando você pode dizer “tomar um trago”.

Sua primeira frase precisa prender o leitor. Volte e leia minha primeira frase deste post. Eu reescrevi uma dúzia de vezes. Isso te deixa curioso. Essa é a chave.

Escreva frases curtas. Evite colocar vários pensamentos em uma frase. Os leitores não são tão espertos quanto você pensa.

Aprenda como os cérebros organizam ideias. Os leitores compreendem que “o menino acertou a bola” mais rápido do que “a bola foi acertada pelo menino”. Ambas as frases têm o mesmo significado, mas é mais fácil imaginar o objeto (o menino) antes da ação (a batida). Todos os cérebros funcionam dessa maneira. (Observe que eu não disse: “É assim que todos os cérebros funcionam”?)

É isso aí. Você acabou de aprender 80% das regras de uma boa redação. De nada.”

Scott Adams

O lado difícil das situações difíceis: Ítalo Ferreira

Na minha opinião, um cara que ainda vai trazer muitas alegrias pro Brasil é o Ítalo “ídolo” Ferreira.

Após ter o passaporte e carro roubados, enfrentar um vôo pro Japão que atrasou devido a um furacão, sem roupa e prancha (emprestadas), ele entrou na água faltando 9min pro fim da sua bateria, seletiva para as Olimpíadas.

Com uma bermuda jeans e prancha desconhecida, em 9min o cara garantiu um 5 e um 8.33 que lhe deram a vitória.

O fato é: a vida não nos deve nada. O sucesso pertence a quem corre atrás até quando parece tudo ir contra!

Como diria Edmar Ferreira, já citado aqui no Blog, “Faça o que você pode, com o que você tem, onde você está!”.

Assim que o incomparável Medina deixar, o Ítalo ainda nos trará um ou mais canecos – se depender de seu surf e sua garra.