Nomadland: a noção de que valeu a pena viver

Não sou perito e não ouso aqui fazer reviews completas nem nada, mas sim postar esporadicamente nesta categoria partes de Filmes e Séries que me chamaram a atenção.

Começo pelo vencedor do Oscar de Melhor Filme de 2021, “Nomadland”.

Escolha um dia calmo, sem pressa, que você esteja preparado para reflexão e veja este filme. Obra prima, simples e cativante.

Envio abaixo a transcrição em português de uma cena bem marcante – e abaixo o vídeo da própria cena para quem preferir, recomendo.

A cena se trata de Swankie, personagem da vida real. O filme conta com muitos não-atores e não-atrizes que representam eles mesmos na história. Ela realmente viveu isso que falou, e isso não é um documentário. É impressionante o que Chloé Zhao, primeira mulher não branca a vencer o Oscar de melhor Direção, fez com este filme.

Vamos à cena:

“Eu não vou precisar passar mais tempo em um hospital. Não, obrigada.

Eu vou fazer 75 anos esse ano e acho que tive uma vida muito boa.

Eu vi coisas bem legais, remando caiaque por muitos lugares. E o alce na mata. Uma família de alces num rio em Idaho. E grandes pelicanos brancos pousando a 1,8m do caiaque num lago no Colorado. Ou, depois de uma curva do rio um pehasco com centenas de ninhos de andorinhas na parede do penhasco, e as andorinhas esvoaçando. Tudo refletido na água. Eu parecia voar com as andorinhas, abaixo e acima de mim, ao meu redor. E os filhotes saindo dos ovos, cascas de ovos caindo dos ninhos, pousando e flutuando na água. Aquelas casquinhas brancas… Foi sensacional.

Senti que fizera bastante. Minha vida se completara. Se eu morresse ali naquele momento, estaria tudo bem.”

Fica a indagação: se tudo acabasse hoje, teria valido a pena viver?

Até a próxima!