Minimalismo no Instagram: um experimento

Antes de mais nada, esse não é um post do tipo: “As redes sociais são coisas malignas” nem “Deletei todas as minhas redes sociais”.

É um post-experimento de alguém que começou a parar de gastar tanto tempo no Instagram, e nada mais que isso.

A motivação

Há um tempo atrás percebi quanto tempo estava gastando no Instagram, mais especificamente no feed, ou seja, ir “descendo” as Publicações e “deslizando pro lado” os Stories. Era bastante tempo.

Muitas vezes até, durante reuniões com clientes em que minha mente estava longe para me concentrar, fazia isso como que automaticamente sem prestar nem atenção no que estava vendo. Como se fosse hipnotizado pelo feed.

Às vezes parava em filas, tipo fila para pagar meu almoço, e imediatamente ia conferir o feed do Instagram, e tantos outros exemplos que não vou entrar para não me estender.

Pensei: opa! Isso já está passando dos limites.

As regras do meu Minimalismo no Instagram

Como utilizo meu Instagram para diversos tipos de coisas, especialmente divulgações e compartilhamentos de coisas relacionadas a ActiveCampaign; a palestras ou eventos que os criadores pediram que eu compartilhasse; e também raros posts pessoais, as regras que estabeleci foram:

  • Não vou deletar minha conta do Instagram
  • Posso baixar o Instagram para postar (Stories ou Publicações) esporadicamente, e logo depois deleto novamente
  • Posso ver o “Instagram Web” algumas vezes na semana para conferir se existe alguma mensagem importante
  • Em ambos os itens anteriores, não posso rolar o feed, em Publicações ou Stories

Dito isso, como apontei no início, vocês notam que não é uma aventura radical de deletar essa rede social e jogar tudo pro alto.

Mas, queridos leitores, só de seguir as regras acima a diferença foi absurda até aqui.

Afinal, por que eu passava tanto tempo no Instagram?

Me fiz essa pergunta, e meu “eu, amante do Instagram” respondeu:

  1. Pois você se atualiza de amigos e conhecidos: aniversários, novidades, viagens e afins
  2. Pois você se atualiza de notícias: aqui em Floripa, preciso pagar uma mensalidade do Diário Catarinense para ler uma matéria completa, mas Instagram’s alheios conseguem me dar a mesma informação
  3. Pois você se atualiza de importantes personagens do mercado de tecnologia e startups: acompanhar o dia a dia de evangelizadores de mercado, founders, e afins
  4. Pois é um passatempo: ninguém é de ferro

Pelo menos era o que eu achava!

No fundo, os 4 pontos acima na verdade se mostraram muito mais isso aqui:

  1. Eu sabia tudo o que todos que sigo estavam fazendo e a imensa maioria dessa informação é inútil
  2. Posso me atualizar das notícias simplesmente assinando o “The News” ou até 1x por dia acessando mídias regionais para saber da minha cidade e estado
  3. Sobre evangelizadores do mercado, quem se importa que acordaram 5 da manhã e compartilharam que foram na academia? Admito que alguns “Perguntas e Respostas” eram úteis, mas mesmo assim, muita informação
  4. Sobre passatempo, para todos os mortais existem 24h e não necessariamente preciso passar o tempo no Instagram nessas preciosas horas da vida.

Sendo assim, concluo o experimento.

Aprendizados e percepções da vida sem feed do Instagram até então

Tive alguns aprendizados e percepções que compartilho em itens, abaixo:

  • Desatualização de pessoas próximas: Eu literalmente perco praticamente todos os aniversários que via; o avô de uma amiga faleceu e não dei os pêsames pois não fazia ideia; uma pessoa conseguiu um novo emprego ou fez alguma mudança de vida e eu não fico sabendo; um amigo foi trabalhar em uma pizzaria e eu soube tempos depois, por terceiros; as pessoas comentam algo porque é quase “óbvio que você viu no meu Story ontem” – e não, preciso responder que não vi. Você fica por fora de tudo, mas vai se acostumando.
  • Desatualização do mundo: Não assisti essa edição do Big Brother Brasil, mas com Instagram com certeza eu saberia de imensa maioria dos fatos em primeira mão. Sem Instagram, não. Eu me livro e me privo de informações do que está “bombando” no momento, seja um filme, uma série ou coisas do tipo.
  • Eu perco o que pessoas mandam por inbox: Muitas vezes aquela pessoa querida está vendo uma Publicação ou Story e te manda! Normalmente eu perco o timing e não consigo ver o que era, mas noto que as pessoas também notam isso e param de mandar, eventualmente.
  • Eu ganhei muitas horas de vida: Consegui adiantar muitos e bons livros que estava lendo, comprar mais livros e ter um momento de paz no dia em que não tenho novidade alguma a ver senão os próprios livros. Eles são uma grande novidade, mesmo que escritos há anos atrás. Meu Kindle teve que ser carregado algumas vezes. Também baixei e uso o Feedly para posts de Blogs sobre coisas que me interessam. Reforço tudo o que acho sobre isso nesse post: “Somos a média do conteúdo que consumimos”.

Enfim, acredito que no fundo essa escolha Minimalista para o Instagram está valendo a pena.

Tempo vale muito mais que dinheiro, como reforçaria Scott Belsky em “Ferramenta dos Titãs”:

“Às vezes é necessário parar de fazer algo que adoramos para cuidarmos do que é mais importante”

Até a próxima!

Amar ou não amar a própria carreira?

Às vezes sinto que passamos de uma era:

“Ame sua carreira! Ame seu trabalho e não precisarás trabalhar 1 dia sequer!”.

Para a ideia:

“Não ame sua carreira! Seu trabalho não te amará de volta! Trabalhe pra ganhar dinheiro e ame sua família e seus amigos!”.

Eu acho que nem tudo na vida precisa ser “um lado ou outro”. A vida é bem mais complexa que isso, apesar de vivermos numa era da simplificação de tudo. Muitas vezes estou mais para o “Lado A” de uma coisa, outras tantas me vejo mudando para o “Lado B” – a vida é isso aí.

Gosto muito de uma frase de Riobaldo no “Grande Sertão Veredas” de Guimarães Rosa: “O senhor ache e não ache. Tudo é e não é …”; e também de uma parte do samba enredo da Vila Isabel de 86: “Na vida eu sou tudo e nada, lalaiá…”.

Portanto, após muito refletir, e tudo bem se eu mudar de ideia daqui a um tempo, eu concluo: não tenho vergonha nenhuma de amar minha carreira, de amar meu trabalho, de amar estar com pessoas (colegas) incríveis que conheci.

Tudo é perfeito? Nem de perto!

Tem clientes que às vezes me irritam; processos que poderiam ser muito melhores nas empresas; coisas que não consegui conquistar no tempo que gostaria; segundas-feiras chuvosas que pediriam um tempo a mais de sono – mas, cantaria Ivan Lins: “Guarde nos olhos, a água mais pura da fonte…”, e complementaria Jorge Vercilo: “A beleza está no olhar; está nos olhos de quem vê!”.

Quem faz da rotina, novidade, esse sim é um grande sábio para mim. As pessoas que mais admiro parecem amar e ser gratas desde o momento que acordam até o momento que vão dormir, seja com trabalho ou família e amigos, hobbies etc.

Afirmo: se eu trabalhasse com qualquer coisa somente por dinheiro esperando o sino bater para chegar a hora de ir embora, não seria tão feliz como sou nem no tempo fora do trabalho.

Respeito todas as opiniões! Mas se eu fosse responder a pergunta principal, seria: sim, amo minha carreira, amo meu trabalho, e isso pra mim faz total sentido mesmo que esteja na moda dizer o contrário e que isso possa parecer ideia de um “trouxa”. Acho que sou um trouxa feliz, afinal.

Gosto muito de uma frase de Casey Neistat se referindo a outra profissional: “Qual é a suprema quantificação do sucesso? Para mim, não é a quantidade de tempo que você passa fazendo o que ama. É o pouco tempo que você passa fazendo o que odeia. E essa mulher passava o dia inteiro , todos os dias , fazendo o que amava”.

E você? Tem uma opinião formada sobre isso ou não necessariamente?

Até a próxima!

Seu legado pode ser uma extensão de você

Ler o “Almanaque de Naval Ravikant” tem me feito pensar bastante sobre a vida.

Brevemente, farei um post com as Melhores Frases desse livro e explicarei mais sobre o autor (hoje, misto de investidor e filósofo) mas por enquanto quero refletir 1 frase em específico:

“Se você está fundamentalmente construindo e comercializando algo que é uma extensão de quem você é, ninguém pode competir com você nisso. Quem vai competir com Joe Rogan ou Scott Adams? É impossível. Alguém mais vai aparecer e escrever um Dilbert melhor? Não. Alguém vai competir com Bill Watterson e criar um Calvin e Hobbes melhores? Não. Eles estão sendo autênticos.”

(Naval Ravikant)

Em outras palavras: ser a extensão de quem somos torna nosso trabalho e nosso legado muito mais autêntico.

Levando isso para a vida prática, eu e você somos únicos! Pessoas incomparáveis. Passamos por muita coisa, tivemos diferentes experiências, desafios, conquistamos coisas nessa vida. Por isso só você é você, mesmo que tenha um irmão gêmeo idêntico.

Se todas as pessoas fossem autênticas ao ponto de se auto-conhecerem para usarem o que há de melhor delas mesmas, seu trabalho ficaria mais legal, as pessoas ficariam mais motivadas. E parando pra pensar, as pessoas mais felizes que conheci no trabalho são em geral muito autênticas no que fazem.

Cito 3:

  • Rafael Justino: Mesmo sendo Gestor de Produto e trabalhando com tecnologia (para muitos, algo 100% técnico), ele leva o lado evangélico e tudo o que refletiu e aprendeu na igreja, personalizando tudo o que faz através da maneira humana e acolhedora que lida com os outros.
  • Bianca Gimenez: Mesmo sendo líder de Marketing, ela incorpora o lado da saúde, exercício físico e bem estar para dentro do seu dia a dia e torna o trabalho de todas as pessoas ao redor cheio de energia e muito mais alegre.
  • Lucas Macedo: Mesmo trabalhando em Vendas e CS, ele traz todo o seu aprendizado e estudo sobre diversidade – especialmente da pertinente questão da inclusão do negro e do preconceito e se envolve em projetos que envolvam isso.

Considero as 3 pessoas acima autênticas – deixam um legado claramente por serem uma extensão delas mesmas em diferentes ambientes – e por isso acho pessoas interessantíssimas para um almoço, um café, ou para trocar uma ideia sobre o que for.

São pessoas que não separam muito as gavetas “Carreira-Trabalho” e “Vida”.

Para elas, dinheiro, sucesso, crescimento e afins se tornam consequência da tal autenticidade. E não ao contrário.

E você, como você auto-avalia sua autenticidade? Hoje seu trabalho reflete uma extensão de quem você realmente é?

Até a próxima!

Minhas 11 respostas para ótimas perguntas sobre a vida

Na foto do post: um presente que ganhei após palestrar num evento há uns anos atrás. Essa caneca já virou meme, figurinha de Whatsapp, e resolvi ilustrar o post com ela.

Quem me conhece sabe que sou muito fã de Tim Ferriss.

O livro “Ferramenta de Titãs” foi o melhor do meu 2020, e iniciei 2021 lendo o (por enquanto só em inglês) “Tribe of Mentors”.

Tim Ferriss Gathers Expert Life Advice in 'Tribe of Mentors' – Dan's Papers

Este livro entrevista pessoas através de 11 ótimas perguntas, acho que as melhores perguntas que um entrevistador poderia fazer sobre a vida.

Já que o início do ano é um período de reflexão, resolvi eu mesmo responder essas 11 perguntas aqui no Blog, e desafio você a refletir e se possível também escrever suas respostas para essas perguntas.

Quanto mais temos clareza sobre a vida, mais temos noção e direcionamos o futuro que queremos. É um exercício útil para sermos uma versão melhor de nós mesmos.

Vamos lá!

Quais os livros que você mais deu de presente para outras pessoas e por quê? Que livros mais influenciaram a sua vida?

Acredito que os 2 livros que mais presenteei pessoas foram:

O Encontro (João Mohana) – A riqueza dos Evangelhos detalhada a partir da imaginação de um grande escritor. Recomendo a todos, especialmente quem não conhece muito sobre o Homem que dividiu o mundo em um antes e um depois. Redescobri Jesus (a pessoa mais importante pra mim) a partir desse livro.

A Alegria de Ensinar (Rubem Alves) – Acredito que todos somos professores, para clientes, amigos, filhos, etc. E esse livro me faz relembrar a profunda alegria de ensinar, o poder que as palavras têm, e como transformamos o mundo a partir disso. São pequenos contos e muito valiosos.

O livro que mais influenciou minha vida foi:

Walden (Thoreau) – Sinto que minha conexão com este livro vai me acompanhar por muito tempo, espero eu. Sempre que acho que estou no caminho certo, revisito partes do livro. Este livro é um dos responsáveis por não considerar normal trabalhar 3 turnos, por exemplo. Walden serve como um guia para lembrar que tudo tem seu fim e me faz ter vontade de ir em águas mais profundas da minha espiritualidade, carreira, vida, para “não morrer descobrindo que não vivi”.

Que compra de menos de 100 dólares mais impactou positivamente a sua vida nos últimos seis meses?

Sem dúvida alguma um Kindle.

Sempre resisti muito e sempre fui da turma do livro físico. Cheirar o livro. Rabiscar o livro. Colecionar livros na estante. Escolher livros que já li e reler algumas partes.

O problema é que eu destaco os melhores trechos de livros – preciso destacar para que isso possa ser útil algum dia (por isso que nunca me adaptei a audiobooks, por exemplo).

O estopim foi quando li “Sapiens – Uma breve história da humanidade” de Yuval Harari. Foram tantas anotações, tantos trechos úteis, tanto conhecimento em um livro só que estou até hoje “reescrevendo” esses trechos para um documento, já que as anotações foram feitas à caneta no livro físico. Sim, eu tenho uma pasta do Google com todos os livros que li em seus respectivos trechos.

Comprei o Kindle e ao descobrir que a funcionalidade “Destaque” faz exatamente isso – deixa as frases destacadas em um documento que pode ser exportado, tive a certeza de que usarei Kindle para todos os livros de negócios – tecnologia – e afins.

Obviamente, muitos livros de outros temas específicos eu só acho em sebo ou são tão antigos que não estão no Kindle – então não parei de comprar livros físicos exatamente por isso.

Como uma falha, ou uma falha aparente, formatou você para o sucesso? Você tem alguma “falha preferida”?

Não tenho uma falha preferida, foram (são) tantas e tão importantes!

Mas lembro de uma época da vida (cerca de 7 anos atrás) que muitos elementos da minha vida estavam no “sinal vermelho” ao mesmo tempo, como diria McConaughey.

Quando isso acontece parece que estamos em baixa em nossas relações, nossa carreira, nossa saúde, nossa espiritualidade, e tantos outros pontos e ficamos paralisados. Não que seja possível estar no “sinal verde” para todos ao mesmo tempo – utopia, mas estar no “vermelho” para quase todos é preocupante.

Nessa época, lembro que me deu na telha de sair para correr e vi que mal conseguia correr 1km sem ficar ofegante e muito cansado e pensei que era tempo de mudança (na época eu não corria, nem tinha tênis de corrida).

Desde então não há 1 dia que não me preocupe com minha saúde e pense nos efeitos que minhas escolhas de hoje terão no dia de amanhã – a isso chamo de maturidade. Não quero ser um avô de 70 anos que deixou a saúde de lado há anos.

Começar a correr, a surfar, a manter bons hábitos e a dizer “não” foram ações práticas e cruciais para conseguir virar essa chave, e desde então minha vida tem tido muitos “sinais verdes”.

É preciso a chuva para florir, mas quando estiver chovendo muito, seja franco consigo mesmo e vire a chave da sua vida em ações práticas. Não viemos para o mundo somente para sofrer ou sermos medíocres!

Se você tivesse um outdoor gigante onde pudesse anunciar uma frase para que todo mundo lesse, o que você escreveria?

Acho que a frase para esse outdoor que mais faz sentido no momento atual seria:

“Disciplina é liberdade”.

Não sei a autoria da frase, apesar de ter lido de Jocko Willink e ouvido o Legião Urbana cantar na minha infância.

A tendência da minha geração e das mais novas é confundir as coisas pela facilidade que a tecnologia trouxe. Querem liberdade antes de terem conquistado algo, antes de passarem horas se especializando no que escolheram fazer.

Quando vejo pessoas caminhando ou correndo em plena segunda-feira as 11am hoje penso: alguma coisa certa eles fizeram. O que posso fazer para daqui a alguns anos estar fazendo isso também?

Seja o melhor no que você faz, saiba que isso vai levar tempo, e essa disciplina vai te trazer a liberdade financeira, liberdade em níveis de saúde, liberdade para passar tempo com quem você ama, ou fazendo o que você gosta e por aí vai.

Quais os melhores investimentos que você já fez?

  • Carro: Talvez não faça sentido pensar que um carro é um investimento, mas quando consegui me organizar para comprar um carro (com ajuda familiar) minha vida mudou. Ganhei liberdade, independência e consegui fazer meus horários – não depender de ônibus ou de outros. Até hoje tenho meu velho e bom Sandero. Às vezes não é sobre ter retorno financeiro, mas sim da liberdade que ganhamos.
  • Pagar 100% das minhas próprias contas: Nos primeiros anos da minha carreira essa foi a meta, e essa meta foi cumprida com sucesso. É muito bom andar com as próprias pernas, ser o senhor de suas decisões e conquistar suas próprias coisas. Acho que é o mínimo que podemos fazer por familiares que nos sustentaram desde antes do nosso nascimento. Então, investimentos em aluguel, luz, gasolina, melhorias, mudanças e afins seriam essa resposta.
  • Anel de noivado: Acho que essa foi a decisão mais importante da minha vida. Obviamente cada centavo valeu a pena, e hoje me sinto muito mais completo sabendo que foi o primeiro passo para o resto da minha vida. Até o trabalho ganha um sabor diferente, os clientes parecem ser mais interessantes, a vida tem um norte diferente. Não é sobre fazer as coisas pra mim, mas pra um nós.

Qual hábito incomum você tem ou coisa absurda que você adora?

Decoro coisas que não fazem o menor sentido, geralmente por ano.

Exemplo: se você me der 3 anos aleatórios, como 1985, 1989 e 1995 por exemplo eu logo vou lembrar:

1985 – Coritiba campeão nos pênaltis em cima do Bangu; aquele samba da Mocidade do “Ziriguidum 2001”; Rock in Rio com Ney Matogrosso cantando “Pro dia nascer feliz” de Cazuza em referência às Diretas Já.

1989 – Vasco com um timaço; o início da Copa do Brasil; o surgimento de duas agremiações: Paraná Clube no futebol e primeiro desfile da Grande Rio no carnaval; a queda do Muro de Berlim e Pedro Bial fazendo a cobertura.

1995 – Botafogo campeão em cima do Santos (roubado ou não?); aquele samba que amo da Portela cantando pelo Rixxa; aquele estranho samba da Estácio que a torcida do Flamengo canta até hoje; Protegidos da Princesa homenageando Duduco – Um ser de luz na avenida em Floripa.

Não faz o menor sentido.

Por outro lado, eu não tenho memória espacial.

Se não fosse o Waze eu não arriscaria chegar em lugares novos, outras cidades e afins – eu literalmente não decoro lugares e preciso me esforçar muito para conseguir não me perder sem a ajuda do meu celular. Faço parte do Getting Lost, uma comunidade de pessoas tão perdidas quanto eu.

Sim, se o Waze resolvesse cobrar R$100 por mês, eu seria o primeiro assinante.

Nos últimos cinco anos, que novas crenças, comportamentos ou hábito mais fez com que sua vida melhorasse?

Desde que entrei no mundo de Startups e conheci algumas pessoas inspiradoras percebi que todas tinham algo em comum: eram “motoristas de suas vidas”, pessoas proativas.

Há uma diferença enorme disso e de estar sentado “no banco do carona”, deixando que outras pessoas te guiem na vida, te digam o que fazer, como fazer.

A vida não nos deve nada, as pessoas não nos devem nada e nos decepcionamos bastante ao longo do anos. Essa é a vida real: ou você assume a direção e faz alguma coisa sobre isso, ou você correrá sérios riscos de ser expectador da própria história.

Que má recomendações você costuma ouvir na sua área de atuação?

Em tecnologia e startups, sem dúvida a ideia de “escrito em pedra”.

Exemplo: Customer Success é isso aqui. Se você adaptou-personalizou para seu negócio e agora faz “aquilo ali”, não entra no que eu chamo de Customer Success por causa disso e daquilo.

É a mesma coisa de falar que Inside Sales não é Vendas porque Vendas de verdade é bater porta a porta vendendo enciclopédia.

Acho impressionante como muitas pessoas não são abertas a novos cases, novidades e afins, mesmo no setor do mercado que era pra ser o oposto disso.

Nos últimos cinco anos, no que você ficou melhor em dizer “não”?

Para compromissos de domingo a quinta-feira.

Já que tenho insônia naturalmente, se durmo mal porque fui num evento numa segunda a noite e preciso acordar cedo na terça, boa parte da minha semana está prejudicada.

Sou criterioso com isso porque sei que só uma pessoa é prejudicada no fim das contas: eu mesmo.

Até por isso que hoje percebo que não vamos conseguir agradar todos a nosso redor. Sempre seremos “sumidos” para um certo grupo e “presentes” para outro – e isso faz parte da vida.

Quem diz “sim” pra tudo dificilmente atinge objetivos significativos, pra falar a verdade, essas pessoas dificilmente conseguem ler regularmente ou focar em algo regularmente.

Quando você se sente sobrecarregado ou sem foco, o que você costuma fazer?

Uma lista (checklist) usando o Google Agenda.

Assim consigo entender as atividades que preciso cumprir.

Quando sobrecarregado, preciso me “recarregar”. Normalmente com atividades ao ar livre, com sol, com pessoas que amo, na minha cidade.

Que conselho você daria a estudantes que estejam se formando agora na profissão que você tem? Que conselho eles deveriam ignorar?

O conselho que eu daria, li em Matthew McConaughey: “Seja menos impressionado; seja mais envolvido”.

Não se impressione com provas, trabalhos, surpresas negativas, dúvidas e tantas coisas que acontecem nos anos de faculdade. Se envolva, busque soluções, faça amigos e networking, participe de eventos, faça estágios (se preciso, não remunerados).

O conselho que devem ignorar seria: você está na faculdade para passar em todas as matérias. Algum dia escreverei um livro sobre a quantidade de pessoas que, pós-faculdade, não conseguem atingir nada na vida porque o mercado não vai te dar uma data pra apresentar um trabalho, o mercado está se lixando. A mesma história de ser motorista (proativo) e não carona (reativo).

Não espere se formar para tomar esse susto que pode te imobilizar por anos ou pelo resto da vida.


Até a próxima!

Somos a média do conteúdo que consumimos (uma reflexão em tempos de coronavírus)

Principal insight do artigo: Hoje em dia, mais que nunca, somos a média de todo conteúdo (mídias sociais; séries; filmes; livros; etc.) que consumimos.

1.”Você é a média dos seus 5 melhores amigos”

Cresci ouvindo palestras e pessoas experientes repetindo: “Você é a média dos 5 amigos que mais anda”, ou dos “5 melhores amigos”, e concordo completamente.

Se somos cercados de pessoas que tem um objetivo na vida, que sabem o que querem, isso pode influenciar de forma muito positiva as escolhas e decisões que temos na vida – e vice-versa. “Diga-me com quem andas e te direi quem és”.

No seriado americano “How I Met Your Mother”, isso fica claro – é raro que decisões sejam tomadas sem consultar algum dos 5 amigos, ao menos.

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Lembro que da infância até hoje, alguma coisa sempre me fez procurar ficar próximo de pessoas que fossem boas em algo.

Enquanto o coleguinha da direita se esforçava por passar o ano fazendo o mínimo para passar de ano na escola, o da esquerda lia livros profundos sobre História e a Humanidade. Este colega existiu, e me instigava, me fazia indiretamente pedir a minha mãe o mesmo livro e, como costumo falar, “ir até águas mais profundas”.

Por isso, o primeiro livro que escolhi comprar na vida, aos 10 anos, foi “As 100 Maiores Personalidades da História” de Michael Hart. Devo dizer que esse meu amigo é uma das pessoas mais inteligentes que conheço hoje, e que admiro bastante. A admiração nos leva a querer sermos melhores também.

Se aproxime de quem você admira, quem é bem melhor que você em algum aspecto da vida – acredite, se deixarmos o ego de lado, muitas pessoas são melhores que a gente em muitos aspectos! Às vezes um mísero café com essa pessoa pode te direcionar de forma mais prática do que em outros meios.

Até hoje tenho a graça de ter esse tipo de gente perto de mim. Pessoas muito melhores que eu em diversos aspectos, pessoas que consulto, que peço orientação e opinião – pessoas que me corrigem quando erro ou quando faço a escolha errada.

Não que outros tipos de amigos não tenham seu valor, mas para mim se tornou natural ter poucas e boas pessoas para se confiar e muitas pessoas para simplesmente gostar de conviver, mas não necessariamente ouvir.

2.”Você é o que você come”

Outra máxima verdadeira, na minha opinião, é “Você é o que você come”: saúde!

Se não levamos isso a sério, especialmente quando envelhecemos, nós sentimos o baque. Ser um bom marido, um bom profissional, um bom amigo, passa completamente pelo quesito saúde. Afinal, isso se torna uma “bola de neve” caso não seja levado a sério.

Exemplo: Naquela segunda-feira a noite eu fui ao MC Donalds comer o maior sanduíche possível. Na terça-feira acordei sem disposição, atrasado, pulei o café da manhã e fui direto ao almoço. A noite estava com muito mais fome, e não fiz exercício. Já que a janta de terça sobrou, quarta-feira no café acabei comendo aquele pastel frito da noite anterior. E aí vai…

As pessoas mais confiantes e bem sucedidas que conheço tem ao menos alguma preocupação com saúde, com alimentação, com equilíbrio e afins. Isso é parte tão importante de suas vidas quanto se desenvolver de outras formas, por exemplo.

3.”Somos a média do conteúdo que consumimos”

Tendo dito isto, eis uma descoberta que trago pra vocês hoje (pode ser óbvia para alguns, mas pra mim uma novidade): Somos a média do conteúdo que consumimos.

A quase 8 anos atrás, lembro que entrei na onda do Instagram. Comecei a consumir o conteúdo dessa mídia, que prometia mudar a forma de nos comunicarmos.

Por cerca de 1 ano segui um perfil chamado “Chapolin Sincero”. Esse perfil, para quem não conhece, é um perfil engraçado onde uma figura do Chapolin dá seu ponto de vista sobre algumas coisas. Mas após algumas semanas, apesar de achar engraçado, percebi algo: consumindo mais e mais “Chapolin Sincero”, eu me tornava cada vez mais sarcástico e pessimista, como o personagem é.

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Desde essa época, isso me instigou.

Será que o tipo de conteúdo, seja em mídias sociais, séries, filmes, livros e até músicas (as que entendemos a letra) altera a nossa forma de ver o mundo, pensar e agir? Cada vez mais tenho certeza que sim.

3.1 O código Bill Gates

Sou fissurado em figuras históricas que são autênticas, são referência, ainda mais se tratando do mundo que estou inserido – tecnologia, startups, e afins.

Nem preciso falar que na sexta-feira em que o documentário “O Código Bill Gates” estreou no Netflix, eu dei o “play” no primeiro momento possível!

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Acontece que: Gates é um cara fora da curva, muito mais pelo misto de interesse e conteúdo que consome do que qualquer outra coisa. Se ele está interessado em entender mais sobre saneamento básico, por exemplo, compra mais de 10 livros profundos sobre o tema, com os melhores autores, e lê. Em semanas, consegue debater ideias frente a frente com especialistas na área.

Adicione isso a uma pitada de QI elevado, expertise e rede de contatos e tcharam! Temos Bill Gates – um ser humano que é diferenciado, por meios que eu e você podemos COMEÇAR a nos diferenciar também (se interessar mais + ler mais e melhor).

O próximo livro que vou atrás é o “Ferramenta dos Titãs” do Tim Ferriss. Li uma parte e vou ler inteiro em seguida. O livro mostra hábitos de pessoas bem sucedidas. (Suspeito que nenhuma pessoa da lista passa mais de 1h ao dia vendo memes em sua rotina).

3.2 Um tempo que não volta mais

Pensando isso, fui conferir meus hábitos e descobri que eu passava mais de 1h30 por dia SOMENTE NO INSTAGRAM!

Antes fosse a época que eu acompanhava, o Chapolin Sincero, agora a coisa estava muito pior. Quase 2 dias por mês eram contemplados com Instagram. 24 dias em um ano, 240 dias em 10 anos! Meu Senhor e meu Deus!

E se me perguntassem em uma espécie de sabatina mensal: “Lui, o que você aprendeu, acompanhando centenas de pessoas e suas rotinas, neste mês?”, eu diria que quase nada. (vou explicar mais a frente este quase, pois sim, tem coisa muito boa no Instagram).

Para piorar a situação, problemas de insônia recorrentes também foram relevantes – levar os instigantes apps para a cama e deixar de dormir. Uma coisa leva a outra.

3.3 Mas… o que fazer?

Todos nós temos a solução, literalmente, nas mãos.

Somos a média do conteúdo que consumimos. E este conteúdo normalmente se encontra nos nossos smartphones ou em livros (Kindle), etc.

Já que se trata de um desabafo pessoal, o que eu fiz para mudar esse paradigma, de 4 meses pra cá, foram 3 coisas: a) Criar uma conta paralela de Instagram e ouvir melhores Podcasts; b) Ler mais livros; c) Criar uma conta no Evernote. Abaixo vou me aprofundar nos 3:

a) Criar uma conta paralela de Instagram e ouvir melhores Podcasts

Lembram que falei que o conteúdo do Instagram era QUASE inútil para questões de aprendizado?

Portanto, restringi o uso do Instagram como um passatempo de menos tempo por dia, afinal gosto de postar stories, acompanhar os amigos, e etc. Mas, o ponto é: criei uma conta extra no Instagram.

Essa conta só segue pessoas que eu admiro, em diversos quesitos como: saúde, autoconfiança, aprendizados de startups, espiritualidade e afins. Nesta conta, não sigo nem 10 pessoas hoje em dia.

Na parte da noite, me policio para consumir 100% do conteúdo dessas pessoas, a partir da conta extra. E isso me faz crescer bastante!

Um desses caras é o Tallis Gomes, da Singu. Insights sempre relevantes!

Quanto aos Podcasts, cheguei um ponto onde eu sentia que…

Estava ouvindo muitos episódios de muitos Podcasts, mas poucos estavam agregando de forma prática na minha vida.

Portanto, hoje ouço episódios escolhidos a dedo de alguns Podcasts que admiro, e também vou atrás de episódios específicos de temas que quero aprender – e deixei de lado alguns Podcasts que não agregavam tanto, como longos episódios de Podcasts de Futebol ou Surf, por exemplo – como diria Guimarães Rosa, “…usando uma tesoura na mão” para cortar o que não é essencial.

(Eu amo futebol, mas de alguns anos pra cá tento me policiar no quesito “tempo dedicado a ele”).

Um desses Podcasts, é o Astella Playbook – não só os entrevistados são bons, quanto os entrevistadores e perguntas tem uma qualidade enorme. Edson Rigonatti dá um “banho”.

Ps: Para complementar esse item, não deixe de ler o “c”, relacionado ao Evernote, ok?

b) Ler mais livros

Se posso passar 1h30 por dia vendo Instagram, será que não posso passar 30min ao menos lendo um livro? Claro que sim!

Sou fã de pessoas que inventam maneiras de resumir livros. Consumi muito o aplicativo “12Min” e até hoje consumo o Podcast “Resumocast”.

Mas, meus caros, se o livro vai te fazer crescer, leia-o inteiro! Não somos o Bill Gates para lermos dezenas de livros sobre o assunto que queremos aprender no momento? Ok, mas podemos tentar ler 1 por mês!

Só para quebrar paradigmas: como diria um dos founders da Rock Content, Edmar Ferreira neste artigo “O que aprendi lendo 100 livros em 1 ano” , ler literatura não é perda de tempo, mas na minha opinião nos permite desenvolver criatividade e outros benefícios. Eu mesmo, leio muita literatura, filosofia, história e afins – e quanto mais eu leio, percebo o quanto eu nada sei. Como diria Ben Horowitz em um dos meus livros preferidos, “Ter visto o mundo sob pontos de vista tão diferentes me ajudou a aprender a separar os fatos da percepção que se tem deles”.

Ah, o Edmar é outro dos que sigo naquela conta extra de Instagram. O cara é uma máquina de leitura e conteúdo relevante.

Então, de um período pra cá tenho conseguido acabar livros antigos e começar novos!

Já que leitura é um hábito, hoje fico ansioso pela leitura diária – e faz falta quando não consigo ler!

c) Criar uma conta no Evernote

A qualidade dos conteúdos que consumo melhorou, mas a quantidade e profundidade eu acho que não.

Para que eu parasse de ficar com a sensação de “Muita informação, pouco conhecimento”, resolvi anotar as melhores frases ou insights do Instagram extra + Podcasts no Evernote.

Assim, consigo dormir tranquilo, sabendo que quando eu precisar utilizar aquela ideia, ela estará lá – e inclusive posso visitar todas as ideias periodicamente para que fiquem fixas em minha mente, tanto no notebook, quanto no celular com uma só conta.

Além disso, resolvi finalmente traduzir as melhores frases e insights dos meus livros preferidos e levar para meu Blog pessoal. Já fiz isso com “Do que eu falo quando eu falo de corrida (Haruki Murakami)” e “O Grito da Selva (Jack London)” – e vem mais por aí.

4.Uma lição final: O filme “About Time” (Questão de Tempo)

Se tem um filme que gosto para pensar na relação da temporalidade em nossa vida, esse filme é “About Time”, foto da capa deste artigo.

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Alerta de possível spoiler (isso não é a conclusão ou o fim do filme necessariamente. Você pode vê-lo da mesma maneira, mas achei melhor avisar).

O insight que tirei deste filme foi de uma conversa entre pai e filho, com uma vasta biblioteca de livros como o cenário. Resumindo, a ideia é:

“Se meu dia tivesse mais horas que tem, ou se eu pudesse fazer algo como voltar ao tempo, eu aproveitaria este tempo para ler mais”

Seria algo semelhante de chegar aos 80 anos e ter em sua frente uma “biblioteca” de todos os bons conteúdos lidos na vida, as anotações, as ideias… Se fosse assim, qual o tamanho essa “biblioteca” teria hoje, com a idade que você tem? Eu certamente quero ter uma biblioteca recheada, pois aprender é como se manter vivo.

Como diria Thoreau em outro livro que amo: “…porque queria viver deliberadamente, enfrentar apenas os fatos essenciais da vida e ver se não poderia aprender o que ela tinha a ensinar, ao invés de vir a descobrir, ao morrer, que não tinha vivido”.

Queridos leitores, aproveitem a vida, consumam o que acharem melhor, se divirtam com memes, filmes de comédia e afins, eu também me divirto! – dar um tempo pra cabeça é positivo em geral – mas não esqueçam que o tempo é precioso e que sempre há espaço para mudar algum hábito e conseguir aprender coisas relevantes, também. Como defenderia Sêneca, devemos fazer o melhor de nossa vida!

Nesta época de coronavírus, muitos de nós que conseguem trabalhar de casa, estão deixando de pegar trânsito, estão tendo mais tempo para as coisas.

Que no fim deste período, todos estejamos com saúde e que voltemos com diversos aprendizados a partir dos conteúdos que consumimos, pois, sem dúvida nenhuma – e cada vez mais, somos a média destes conteúdos no nosso pensar, no falar e no nosso agir.

Aproveito e pergunto: você concorda que somos a média dos conteúdos que consumimos? Como você se comporta quanto a isso?

Abração!